Polícia conclui que Marcelo Pesseghini matou família

A conclusão do inquérito foi enviada para a Justiça e deverá passar por uma parecer do Ministério Público Estadual (MPE) até o juiz arquivar o caso

21 MAI 2014 • POR • 11h54

 A Polícia Civil encerrou a investigação do caso da família Pesseghini, segundo a qual o adolescente de 13 anos Marcelo Pesseghini matou sozinho os pais, um casal de PMs da Ronda Ostensiva Tobias Aguiar (Rota), a avó e a tia-avó e depois se suicidou, em agosto do ano passado. A conclusão do inquérito foi enviada para a Justiça e deverá passar por uma parecer do Ministério Público Estadual (MPE) até o juiz arquivar o caso. Pelas imagens de câmeras de segurança, o garoto matou a família de madrugada, dirigiu um carro sozinho até a escola pela manhã, assistiu normalmente as aulas e voltou de carona para casa, para então se suicidar.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, após nove meses de inquérito, "o caso foi encerrado, com o relatório final de 16 de maio, concluído pelo delegado Charlie Wang, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Crimes Múltiplos do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)". O Ministério Público poderá ainda pedir novas investigações, no entanto.

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Laudos apresentados pelo Instituto de Criminalística à polícia apontam que Marcelo Pesseghini, de 13 anos, esperou no banheiro da casa pela chegada da mãe, a cabo da PM Andréia Pesseghini, depois de ter executado o próprio pai, o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, no crime ocorrido no começo de agosto na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.

A investigação indica que Andréia estaria de joelhos sobre o corpo do marido, quando o garoto realizou o disparo. A cena do crime foi descrita pela perícia técnica que examinou os assassinatos e realizou nove laudos e 35 exames sobre o caso.

Ainda não é certo a motivação do crime, mas testemunhas ouvidas pela polícia, como colegas e vizinhos, mostraram que o adolescente tinha um comportamento estranho, tinha boa pontaria e já havia dito que ira matar a família, o que ninguém levou a sério até as mortes.

Um laudo psiquiátrico elaborado sobre Marcelo Pesseghini compara o adolescente ao personagem Dom Quixote, da obra de Miguel de Cervantes. O laudo foi elaborado pelo psiquiatra forense Guido Palomba e aponta que Pesseghini teve falta de oxigenação no cérebro, desenvolveu "encefalopatia", o que o levou ainda a portar um "delírio encapsulado".

O documento reforça que tiros e homicídios eram assuntos recorrentes na casa de Marcelo, por conta da profissão dos pais, e ressalta que o adolescente era influenciado por jogos violentos. As ideias delirantes que misturam imaginário à realidade foram comparadas ao personagem de Cervantes. "Sofrendo de encefalopatia, desenvolveram sobre esse terreno (inconsciente neural) ideias delirantes sistematizadas e circunscritas (delírio encapsulado), nas quais a imaginação e a realidade se misturam morbidamente", diz o laudo.