Jogos da Copa levaram redes de ensino a mudar calendário escolar

Em pelo menos sete das 12 cidades-sede, o recesso do meio do ano será antecipado para junho, e os estudantes terão 30 dias de folga

20 MAI 2014 • POR • 13h31

A expectativa para a Copa do Mundo entre as crianças e os adolescentes vai além das apresentações da seleção brasileira e de estrelas do futebol nos gramados dos estádios. Muitos desses jovens estarão de férias já que na maior parte das cidades em que haverá partidas do Mundial, os calendários escolares tiveram de ser adaptados. Em pelo menos sete das 12 cidades-sede, o recesso do meio do ano será antecipado para junho, e os estudantes terão 30 dias de folga.

A Lei Geral da Copa (12.663/2012) determina que os sistemas de ensino ajustem os calendários escolares de modo que as férias das redes pública e privada abranjam todo o período da Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho. No entanto, parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) deu autonomia às escolas para decidir o calendário desde que seja respeitado o mínimo de 200 dias letivos e de 800 horas no ano estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

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A presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, informou que as instituições da rede privada das 12 cidades-sede decidiram suspender as aulas em dias de jogos para ajudar na mobilidade urbana. Mas o calendário, que institui a data de início e término das aulas e as férias, fica a critério de cada escola. As escolas particulares somam 9 milhões de alunos no país.

Entre as escolas públicas, a decisão ficou a cargo das secretarias de educação dos estados e das prefeituras.

Em Brasília, por exemplo, as férias foram antecipadas para junho e terão duração de um mês – em geral, o recesso do meio do ano ocorre em julho e é de três semanas.

Para Gabrielle Inocêncio, aluna do 3º ano do Centro de Ensino Médio Setor Leste, o recesso mais longo pode prejudicar o ritmo de estudos. “Eu acho que vai ser prejudicial o recesso mais longo porque a gente é do 3º ano, então é muita coisa para estudar e tem ainda o vestibular.”

Já o colega Caio Sturzeneker disse que não vai ter descanso durante a Copa porque pretende continuar estudando. “Estamos preparados para fazer grupos de estudo já que nosso objetivo é o vestibular.”

Para a professora de português Eliana Azevedo, o descanso mais longo não será prejudicial uma vez que o calendário foi adaptado e as aulas começaram mais cedo. “A Copa em Brasília vai ser benéfica porque educação não se faz somente de conteúdo. Essa parte cultural, de interação com pessoas de outros países e de outras partes do Brasil, é muito importante”, avalia.

Veja como ficará o calendário escolar em São Paulo

A rede municipal de ensino determinou que o período de recesso dos alunos coincida com o período do Mundial. As férias para os cerca de 900 mil alunos terão início no dia 12 de junho. O ano letivo das escolas municipais de São Paulo teve início no dia 5 de fevereiro e a previsão era que terminasse no dia 23 de dezembro. No entanto, os professores da rede municipal de ensino estão em greve desde o dia 23 de abril e o calendário terá de ser modificado.

Na rede pública estadual, os cerca de 4 milhões de estudantes também terão as férias antecipadas este ano para coincidir com todo o período de jogos. As aulas tiveram início em 27 de janeiro.

Na rede privada, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo, que representa 9.914 escolas, orientou as instituições a manter os 30 dias de férias em julho como prevê a Convenção Coletiva de Trabalho dos Professores. A orientação foi para que os cerca de 2 milhões de alunos da rede privada tivessem o recesso entre os dias 1º e 30 de julho. As aulas tiveram início  no dia 27 de janeiro, com término previsto para 20 de dezembro.