Carvalho prega mobilização do PT pela reforma política

Ao analisar a trajetória do PT no governo, Carvalho reconheceu que o partido e os movimentos sociais foram se adaptando ao aparelho do Estado

17 MAI 2014 • POR • 17h50

O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, disse que é "fundamental" que o PT e sua militância se engajem na luta pela reforma política, durante palestra para 50 participantes do Fórum Regional Ideias para o Brasil, da Fundação Perseu Abramo, neste sábado, em Porto Alegre (RS). "Uma das medidas dela (da reforma política) é de salvação de nosso partido, que é o fim do financiamento privado empresarial de campanha e a introdução da lista coletiva", destacou. "Não vejo saída para nosso partido se não conseguirmos reverter esse processo", prosseguiu, referindo-se à manutenção do sistema atual, com doações privadas e voto nominal para o parlamento.

"Esse processo é tão importante que a (presidente) Dilma (Rousseff) disse aos jovens, esses dias, em Brasília, que para realizá-lo temos de fazer um processo semelhante ao das diretas", relatou, comparando a necessidade de mobilização popular pela reforma como a que houve em 1984 pela eleição à presidência da República. Prevendo que "a resistência será tremenda", justificou sua posição ao afirmar que "tão forte quanto a resistência à questão da democratização dos meios de comunicação é a (resistência à) reforma de um sistema que, se sabe, tem consciência do poder que tem e do risco que tem em abrir mão desse critério econômico para a eleição".

Leia Também

CPI da Petrobras quer ouvir José Sergio Gabrielli na próxima terça

Minha Casa, Minha Vida vai continuar, diz Dilma

Para Lula, PSDB quer 'um pouquinho de desemprego'

Comparar inflação de Dilma e FHC é ‘fraude intelectual’, diz Aécio

Lula volta a defender marco regulatório para imprensa

Ao analisar a trajetória do PT no governo, Carvalho reconheceu que o partido e os movimentos sociais foram se adaptando ao aparelho do Estado. "É verdade que inoculamos o novo no velho, mas o velho também se inoculou dentro de nós de maneira duríssima, cada vez mais perceptível e mais presente", afirmou, apontando o "verticalismo e o distanciamento" como traços adquiridos no poder. "E junto com isso, dentro da lógica do aparelho, a eleição financiada, pelos custos que ela demanda, funcionou infelizmente como terrível elemento de indução progressiva à corrupção".

Para Carvalho, o PT está diante da necessidade de romper com o "ar condicionado" e passar a conviver com os novos movimentos populares para não abrir mão de seu papel histórico. "Temos de romper com a paralisia retomando o velho e bom método da convivência na luta e reflexão nessa luta", propôs.