Moradores de Niterói incendeiam 4 ônibus e 3 carros

O protesto começou após o sepultamento de Anderson Luiz Santos da Silva, de 21 anos, baleado na cabeça na madrugada de anteontem, quando a polícia tentava acabar com um baile funk

20 ABR 2014 • POR • 11h49

Moradores de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, incendiaram quatro ônibus e três carros na tarde de ontem, em protesto contra a morte de dois jovens. A manifestação interditou uma das principais ruas do município e causou reflexos na Ponte Rio-Niterói, via de acesso à Região dos Lagos, um dos destinos mais procurados pelos cariocas no feriadão.

O protesto começou após o sepultamento de Anderson Luiz Santos da Silva, de 21 anos, baleado na cabeça na madrugada de anteontem, quando a polícia tentava acabar com um baile funk. Um outro jovem morreu na manhã de ontem durante ação policial no bairro Morro do Céu, vizinho a Caramujo, onde os ônibus foram incendiados. Emanoel Gomes, de 17 anos, saía de motocicleta de sua festa de aniversário quando colidiu com um blindado da Polícia Militar, o Caveirão.

Leia Também

Empresário é morto com 5 tiros em Indiana, SP

Assaltantes explodem 3 bancos no interior de SP

Polícia tenta elucidar morte de duas adolescentes no Rio Tietê

Mais um preso morre asfixiado no Maranhão

Bandidos explodem caixas bancários em duas cidades de SP

Os moradores armaram barricadas e interditaram parte da Alameda São Boaventura, uma das principais vias de Niterói, e da RJ-104. O Batalhão de Choque da PM enviou cerca de cem homens ao local. O trânsito foi liberado por volta das 16h.

Investigação

A Polícia Civil apura as circunstâncias da morte de Silva, que foi registrada pela Polícia Civil como bala perdida disparada durante confronto entre traficantes de drogas e policiais militares. As armas dos PMs envolvidos no tiroteio foram apreendidas, para a realização de perícia.

Silva, que trabalhava como eletricista, foi atingido quando ia para a Igreja Nossa Senhora de Nazareth, onde participaria de uma vigília de Páscoa. A irmã dele, de 9 anos, também foi baleada e está hospitalizada.

À tarde, a Arquidiocese de Niterói divulgou nota lamentando a morte do eletricista.

Em relação à morte de Gomes, a polícia afirmou apenas que "o menor morreu após colidir com o blindado do Choque, que realizava uma operação com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Comunidade".