Conferentes e Diário do Litoral debatem prisões no navio Raul Soares

No próximo dia 24 faz 50 anos que o navio-prisão Raul Soares chegou ao Porto de Santos para servir de prisão para políticos e sindicalistas. Evento, no dia 25, vai relembrar os fatos

15 ABR 2014 • POR • 11h20

No próximo dia 24 de abril vai fazer 50 anos que o navio-prisão Raul Soares atracou no Porto de Santos. Não trazia nenhuma carga e nem tinha nenhum diário de bordo. Sua missão: servir de cárcere flutuante para sindicalistas e presos políticos pela ditadura militar, que em 1º de abril de 1964, havia se instalado no País.

Este triste e sombrio capítulo para o sindicalismo do País será relembrado em um evento que será realizado no Sindicato dos Conferentes, no próximo dia 25, a partir das 9 horas, numa parceria entre sindicato e Diário do Litoral, com apoio das centrais sindicais da região, Força, NCST e UGT.

Leia Também

Plenária nacional da estiva adia decisão sobre greve nos portos

Ação sobre revisão do Fundo de Garantia já está pronta para o julgamento

Festa do Dia do Trabalho será dia 27 no Sambódromo, em Santos

Bancários relembram 50 anos da repressão

O médico e cientista  Thomas Maack, que também foi um dos presos do navio, virá direto de Nova Iorque, Estados Unidos, para participar do evento. Maack salvou a vida de muitos sindicalistas, que por ele foram atendidos no navio-prisão. Após desativação do Raul Soares, ele buscou exílio nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova Iorque, onde hoje, é professor emérito da Cornell Universidade de NY e cientista mundialmente  famoso em pesquisas médicas.

Ele é alemão naturalizado americano e busca a cidadania brasileira. Thomas Maack esteve em Santos, em 2012, para participar do aniversário de 14 anos do Jornal Diário do Litoral, responsável pela série de reportagem Navio-Prisão: Democracia à Deriva.

O presidente do Sindicato dos Conferentes, Marco Sanches, e o presidente do Departamento de Aposentados, Antonio Joaquim Maria, alegam que o evento vai relembrar um dos momentos mais tristes para o sindicalismo da região. “É preciso preservar a memória sindical do País para que fatos como esses nunca mais ocorram”, diz Sanches.

O sindicalista convida associados do sindicato e trabalhadores de outras entidades sindicais da região, para comparecerem ao evento, bem como familiares de presos.