Mesmo com tropas, favela do Rio de Janeiro ainda abriga traficantes

Apesar da ocupação do Exército, facções rivais se enfrentaram hoje. Um homem morreu, após ser espancado

7 ABR 2014 • POR • 10h37

Alvo de ocupação há uma semana e com a chegada de tropas federais, que envolve 1 700 agentes (2.500 militares e 200 policiais), o complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio, ainda abriga traficantes. Reconheceu ontem o comandante da Força de Pacificação, general de brigada Roberto Escoto.

“Alguns bandidos abandonaram a Maré, mas outros continuam aqui”, disse o general. Segundo ele, os criminosos que permanecem na Maré estão sendo procurados tanto pelos militares que fazem policiamento ostensivo nas 15 favelas do complexo como por agentes do setor de inteligência, que têm tentado monitorar suspeitos.

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O primeiro episódio de violência entre facções rivais após a ocupação dos militares aconteceu na manhã de ontem Claudio de Brum dos Reis, de 22 anos, foi espancado e jogado em uma vala. Chamados por moradores, os militares chamaram uma ambulância para prestar socorro ao rapaz. Nesse momento, integrantes de facções rivais se reuniram e houve uma tentativa de confronto, segundo o Exército.

Para evitar a briga e dispersar as pessoas, os militares dispararam tiros para o alto e usaram gás de pimenta. Ninguém foi preso.

Rotina

Fora esse episódio, a presença dos agentes de segurança no primeiro dia de ocupação dos militares praticamente não alterou a rotina das favelas. Bares e igrejas funcionaram normalmente e a primeira partida da final do Campeonato Carioca, entre Flamengo e Vasco, foi acompanhada pela TV e festejada como outras decisões.

Durante todo o dia, militares caminharam a pé pelas comunidades, acompanhados por um carro de som, distribuindo panfletos em que pedem aos moradores da área pacificada que “sigam as orientações” e “mantenham a calma”. Com território de 10 km quadrados dividido entre duas facções criminosas, Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro, além de uma milícia, o conjunto de favelas da Maré reúne 130 mil moradores.

As tropas federais ficarão no local até julho, visando o esquema de segurança para a Copa do Mundo, que terá sua final no Rio de Janeiro. As tropas também serão responsáveis pelas UPPs do local.