Cubana que abandonou Mais Médicos consegue asilo nos EUA

Ramona Rodriguez veio para o Brasil em outubro do ano passado. Depois de trabalhar em Pacajá, no interior do Pará, ela foi para Brasília e abandonou o programa

1 ABR 2014 • POR • 20h17

A médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos em fevereiro deste ano, pediu demissão do emprego que conseguiu posteriormente na Associação Médica Brasileira (AMB) e embarcou para os Estados Unidos, segundo informou a própria associação nesta terça-feira, 1º. Ramona conseguiu asilo político nos EUA e chegou ontem a Miami.

A cubana veio para o Brasil em outubro do ano passado, pelo programa Mais Médicos do governo federal. Depois de trabalhar em Pacajá, no interior do Pará, ela foi para Brasília e abandonou o programa. Ramona recebeu apoio do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que chegou a levá-la ao plenário da Câmara para denunciar "uso de trabalho escravo" pelo programa e ofereceu seu gabinete como abrigo. A médica ainda entrou na Justiça para reivindicar indenizações por direitos trabalhistas e danos morais, depois de descobrir que profissionais de outros países ganhavam R$ 9 mil a mais do que médicos cubanos.

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Após se desligar do programa, Ramona foi contratada pela AMB, por onde foi solicitado seu asilo político no Brasil. Ela aguardava a resposta do governo brasileiro quando recebeu a afirmativa dos EUA. Em nota à imprensa, o presidente da associação, Florentino Cardoso, afirmou que respeita a decisão pessoal da médica. Ele diz ainda que a AMB tentou mostrar que a crítica ao programa é pela forma como os médicos cubanos são contratados e vivem no Brasil.

Em vídeo divulgado pela assessoria da AMB, Ramona confirma que já está em território norte-americano. Ela diz que veio ao Brasil em busca de realização pessoal e para ajudar os necessitados, mas que os médicos cubanos foram enganados. "Nós pensamos que íamos receber o mesmo salário que todos os outros médicos estrangeiros que trabalhavam também nesse programa". Ramona afirma que era vigiada e tinha seu direito de ir e vir desrespeitado.

A médica ainda agradece ao deputado Caiado, à AMB e à imprensa brasileira pelo apoio e atenção dedicados ao problema dos médicos cubanos no Brasil.