Índios bloqueiam acesso a canteiro de obras de Belo Monte

Esta é a sétima paralisação da obra mais importante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

9 JAN 2013 • POR • 21h02

Há três dias índios da etnia Jurunas bloqueiam a estrada que dá acesso ao Sítio Pimental, um dos três canteiros de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu em Altamira do Pará. Esta é a sétima paralisação da obra mais importante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em nota, a Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica, informou que os índios se queixam de que as obras deixaram as águas do Rio Xingu turvas, impedindo-os de pescar.

Ainda segundo a empresa, os índios exigiram, inicialmente, R$ 300 mil a título de compensação ambiental e mais a construção de poços artesianos nas aldeias para liberar a pista.

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Nos dois primeiros dias do bloqueio, não houve travessia de caminhões. Nesta quarta-feira, apenas caminhões transportando combustível e alimentos para os trabalhadores alojados no canteiro de obras e o pessoal de limpeza e segurança foram autorizados pelos índios a entrar no Sítio Pimental (a 69 km de Altamira), onde trabalham aproximadamente 4 mil funcionários diretos e terceirizados.

O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras nos canteiros, disse através da assessoria que "aguarda um acordo entre a Norte Energia e as lideranças indígenas, para que possa retomar a produção no Sítio Pimental. Há possibilidade de que a volta ao trabalho em Pimental ocorra na manhã de quinta-feira (10)".

Ainda de acordo com o CCBM, apesar da interrupção total dos serviços no Sítio Pimental, o bloqueio não afetou o acesso aos outros dois canteiros de obras: Canais e Diques, que ficam na mesma estrada vicinal, a chamada Travessão 27, mas antes do Sítio Pimental; e Sítio Belo Monte, a cerca de 30 quilômetros do local do bloqueio.

Segundo o CCBM, a construção da Hidrelétrica Belo Monte, "é uma grande obra que tem um cronograma de longo prazo (conclusão em 2019). Por esse motivo, não é possível mensurar prejuízos por paralisação em um só canteiro em períodos curtos".

De acordo com o consórcio, em obras do gênero, a paralisação do trabalho em um canteiro pode ser compensada, por exemplo, com o remanejamento pontual de equipes de outras frentes de obras para o canteiro que permaneceu por alguns dias sem produção. Retomado o cronograma, as equipes de fora retornam para a frente de obras de origem.