Dilma fala de um Brasil que não é o nosso, diz Aécio

Segundo o provável candidato do PSDB à Presidência da República, o discurso da presidente não condiz com a realidade brasileira, que "infelizmente" não tem conexão com o Brasil

26 JAN 2014 • POR • 00h51

O provável candidato do PSDB à Presidência da República, o senador tucano Aécio Neves (MG) criticou o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff feito na sexta-feira (24) no Fórum Econômico Mundial, de Davos, na Suíça, reafirmando aos investidores o compromisso com a política econômica.

Segundo Aécio, o discurso da presidente não condiz com a realidade brasileira, que "infelizmente" não tem conexão com o Brasil. "Assistimos ontem (24), em Davos, a Dilma falando de um País que infelizmente não é o nosso. As palavras não têm o dom mágico de mudar a realidade", afirmou, neste sábado, durante comemoração ao aniversário do deputado federal Paulo Pereira da Silva, do partido Solidariedade, na zona leste de São Paulo.

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De acordo com Aécio, a presidente Dilma busca atingir o centro da meta de inflação - que é de 4,50% -, mas deve terminar seu mandato lutando para conter o avanço de preços de combustíveis, transportes e energia elétrica para não romper o limite máximo, de 6,50%. "Também fala de um País que respeita contratos, mas ao mesmo tempo assistimos à mais violenta intervenção no setor elétrico. Portanto, é um Brasil que gera desconfiança. Em razão, sobretudo, dos nossos números fiscais", disse.

O senador citou uma pesquisa na qual em cerca de dez capitais do País o preço da cesta básica subiu mais de 10% e em algumas cidades ultrapassou 17% nos últimos 12 meses. "Onde não tem inflação? A fantasia da propaganda oficial não consegue mascarar, mudar a realidade. O Brasil está no final da fila. A situação da presidente se agrava a cada dia mais, seja na maquiagem para atingir o superávit primário ou para obter um saldo comercial melhor", comentou.

Para o eventual candidato tucano à Presidência da República nas eleições deste ano, há uma desconfiança generalizada em relação à condução do governo atual e chegou a hora de mudar. "E acabar com tudo o que está aí, com a falta de comprometimento ético, com a ineficiência do governo, com essa visão ideológica e atrasada que tem levado o Brasil para quase um gueto em relação à política externa", afirmou.

Aécio disse que ficou feliz com o apoio recebido do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, do partido Solidariedade, e com a manifestação dos correligionários. Segundo o senador, o apoio da legenda ao PSDB é bem-vindo, pois chega em um momento em que se tenta destruir partidos independentes. "Com toda essa movimentação do governo, sem nenhum constrangimento, de impedir a criação de um partido oposicionista. Fizeram isso fortemente em relação à Marina (Silva, com o Rede Sustentabilidade) e tiveram sucesso. Tentaram estrangular a possível candidatura do Eduardo Campos (PSB). O Solidariedade tem de ser valorizado", avaliou.

Além de deputados, também estiveram presentes o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin. O governador também recebeu o apoio de Paulinho à reeleição em São Paulo este ano. Em seu discurso, Alckmin cumprimentou o aniversariante e ainda comparou Aécio Neves ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, responsável pela construção de Brasília e que tinha como plano de governo 50 anos em cinco. "(Aécio) É o presidente do desenvolvimento e do emprego. (O Solidariedade) é a esperança nova que surge na vida política", disse, ao referir-se ao partido de Paulinho.

Também para o presidente do Solidariedade, 2014 é o ano da mudança, de tirar o PT do poder, e eleger a oposição. Segundo ele, há uma insatisfação da população em relação às medidas tomadas pelo governo, como por exemplo, mudanças no seguro-desemprego. "Temos que quebrar esse movimento. Estão acabando com a independência nacional", disse.