MP afirma que Portuguesa sabia da punição de 2 jogos de Héverton

A descoberta fortalece outra frente de investigação do inquérito: saber se alguém obteve vantagem indevida

24 JAN 2014 • POR • 20h27

Os dirigentes da Portuguesa sabiam da punição de dois jogos aplicada pelo STJD ao jogador Héverton antes de o clube escalar o meia em situação irregular contra o Grêmio, na última rodada do Campeonato Brasileiro. Essa é uma das conclusões do inquérito do Ministério Público que investiga irregularidades no rebaixamento da Portuguesa.

"A CBF enviou um e-mail com a punição, via Federação Paulista de Futebol, para a Portuguesa. Essa mensagem foi aberta, encaminhada ao departamento competente mas, mesmo assim, o jogador foi escalado", explicou o promotor Roberto Senise Lisboa, responsável pelo inquérito. "Há prova, no inquérito civil, de que a Portuguesa tinha conhecimento do julgamento no dia 6 de dezembro. Essa prova existe, ao contrário do que foi falado por alguns dirigentes da Portuguesa nos últimos dias".

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A descoberta do MP fortalece outra frente de investigação do inquérito: saber se alguém obteve vantagem indevida. Uma das próximas medidas do inquérito pode ser a quebra do sigilo bancário dos envolvidos.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Portuguesa informou que não pode responder sobre um acontecimento da gestão anterior - Ilídio Lico assumiu a presidência no dia 1.º de janeiro. Manuel da Lupa, presidente da gestão anterior, não retornou os contatos.

Estatuto

Essa nova frente de investigação corre paralelamente à questão central: a punição da perda de quatro pontos imposta à Portuguesa desrespeita o Estatuto do Torcedor por não ter sido publicada no site da CBF com antecedência. "O fato de a CBF não ter cumprido o Estatuto não tem nada a ver com alguém tenha tido vantagem nesse episódio. São coisas distintas", disse o promotor

O MP antecipou de quinta para quarta a convocação para que o presidente José Maria Marin ou algum representante da CBF compareça ao MP para propor um Termo de Ajustamento de Conduta. Trata-se de um instrumento jurídico para que a CBF reconheça o erro ao desrespeitar o Estatuto do Torcedor. Na prática, significa a devolução dos quatro pontos à Portuguesa e a anulação do julgamento do STJD.

Se a CBF não aceitá-lo, o MP vai entrar com uma ação civil pública e levar a decisão à justiça. "Acho improvável que a questão seja resolvida sem nenhuma medida judicial", afirmou Senise Lisboa.