Bolsa-aluguel cresce 15% no 1º ano da gestão Haddad

O apoio operacional da Prefeitura custou aproximadamente R$ 70 milhões aos cofres públicos ao longo de 2013. Os recursos são pagos em parcelas mensais ou em cota única

8 JAN 2014 • POR • 11h57

O número de famílias beneficiadas com algum tipo de auxílio moradia na capital cresceu 15,5% no primeiro ano da gestão Fernando Haddad (PT). No ano passado, a Prefeitura concedeu ao menos 31,2 mil bolsas a sem-teto, atendendo a uma média de 125 mil pessoas. No ano anterior, foram cerca de 27 mil benefícios. A alta é resultado de uma série de reintegrações de posse autorizadas pela Justiça e realizadas com assistência do governo municipal.

O apoio operacional da Prefeitura custou aproximadamente R$ 70 milhões aos cofres públicos ao longo de 2013. Os recursos são pagos em parcelas mensais ou em cota única e variam de R$ 300 a R$ 900. As bolsas estão classificadas como auxílio aluguel, apoio habitacional e parceria social. Uma nova modalidade, a compra de moradia, também consta da lista da Secretaria Municipal da Habitação, mas, por enquanto, atendeu apenas uma família da zona norte de São Paulo.

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Os dados mostram que, atualmente, 22.394 famílias estão cadastradas na secretaria para receber auxílio aluguel. Esse é o benefício mais comum, geralmente ofertado a pessoas que são transferidas de área de risco ou de locais que sofreram incêndios. O valor varia de R$ 300 a R$ 500. Outras 3.419 famílias receberam ao longo do ano o chamado apoio habitacional, no valor fixo de R$ 900, pago em cota única e entregue em caso de reintegrações de posse.

Apesar da alta, famílias de sem-teto reclamam da assistência municipal. Ana Claudia da Silva, de 34 anos, diz que nunca teve direito a auxílio moradia. Ela vive no Cine Marrocos, prédio na região central ocupado por 350 famílias desde novembro do ano passado, e afirma não ter como pagar aluguel.

"Uma bolsa como essas me ajudaria muito. Estou desempregada, tenho um filho de cinco anos para cuidar e o salário do meu marido não é suficiente para bancar um aluguel. Qualquer lugar hoje custa mais de R$ 700 por mês na periferia."

O governo informa que a prioridade não é ampliar o total de bolsas concedidas, mas elevar o número de unidades habitacionais construídas e entregues à população. Com esse objetivo, ao longo do ano passado, a secretaria diz ter publicado 81 Decretos de Interesse Social (DISs). Juntas, essas áreas podem representar 26 mil unidades habitacionais. O plano de metas de Haddad prevê a entrega de 55 mil moradias até 2016.

A secretaria diz que já identificou outras 151 áreas com potencial para receber 38.450 casas.

Ocupações

A ampliação dos atendimentos na área habitacional não reduziu o número de ocupações de prédios e terrenos vazios, sejam de propriedade pública ou privada, ou de protestos por moradia. Os movimentos organizados não deram trégua à gestão Haddad nem mesmo nas vésperas do Natal, quando o Viaduto do Chá foi tomado por famílias que acamparam na frente da Prefeitura para reivindicar investimentos.

A repressão a parte delas resultou em protestos - alguns chegaram a parar a cidade em 2013, como a manifestação dos moradores que foram obrigados a deixar acampamento montado sob a Ponte Estaiadinha, na Marginal do Tietê. Após a desocupação do local, na terceira reintegração de posse marcada pela Justiça, em novembro do ano passado, moradores seguiram para as pistas e provocaram filas de congestionamentos em toda a cidade.

Dois meses depois, mesmo após receber o auxílio, parte das famílias ainda vive nas calçadas da Avenida do Estado, na região central.