Prefeitura de Santos demite inspetor e guarda

Segundo denúncia de abuso sexual feita em 2011, uma garota teria sido violentada no Canil da Guarda Municipal. Comissão de sindicância da Prefeitura e CEI analisaram o caso

11 DEZ 2013 • POR • 15h13

Após um longo processo analisado em uma comissão de sindicância, a Prefeitura de Santos acabou demitindo o inspetor chefe da Guarda Municipal (GM) André Luiz Galacho Pimentel e a guarda municipal Luciana Maria da Custódia. Galacho foi acusado de violência sexual contra uma integrante do Programa Guardião Cidadão, e Luciana Maria da Custódia era considerada sua pessoa de confiança.

O Diário do Litoral revelou o caso com exclusividade no dia 23 de junho de 2011. A garota teria sofrido abuso sexual no Canil da Guarda, localizado dentro do Jardim Botânico, na Zona Noroeste.

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O episódio teria ocorrido em outubro de 2010, mas a vítima só teve coragem de expor a situação em junho de 2011. “A jovem teve a roupa rasgada e foi violentada lá dentro do canil. Ela guardou segredo porque estava com medo de falar. Por isso, somente agora ficamos sabendo do caso”, disse, à época, um guarda municipal ouvido pelo Diário do Litoral.

O episódio resultou na abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara de Santos, presidida pelo então vereador Reinaldo Martins (PT).

A vítima foi uma das mais de dez pessoas ouvidas. O ponto questionável do seu  depoimento foi quando, respondendo a uma pergunta do vereador Marcus De Rosis (PMDB), disse que a violência sexual que tinha sofrido havia durado cerca de 40 minutos. Houve quem duvidasse de sua versão.

Assédio moral

Informado ontem pela Reportagem da demissão dos servidores, o ex-vereador Reinaldo Martins lembrou que tirando o depoimento dos dois acusados, todas as outras testemunhas citaram casos de abusos de poder e assédio moral praticados por Galacho. “Não sei o que embasou para a demissão dos dois. Ela (Luciana) seria cúmplice em alguns dos desmandos cometidos dentro da corporação”, observou o ex-vereador.

“Em um dos relatos, uma testemunha chorou muito ao lembrar da pressão que sofria do superior”, comentou Reinaldo. O exvereador destaca que foi dado amplo direito de defesa aos dois acusados. Em sua defesa, Galacho chegou a levar, por exemplo, uma foto em que a vítima aparecia sentada no colo de outro guarda municipal, em uma comemoração.

Entre as provas contrárias a Galacho estavam fotos de armamentos, que ele guardava no canil da GM. O então inspetor da Guarda também era acusado de dar tiros, com armas não letais, sobre alguns de seus subordinados.

Reinaldo Martins fez um relatório à parte na comissão. Os vereadores acabaram aprovando o relatório oficial, elaborado por Marcus De Rosis (PMDB).

O Diário do Litoral buscou mais detalhes da demissão dos servidores, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição, às 20h48.