Paulo André reclama de “desinteresse” da CBF, mas promete surpresas

O jogador do Corinthians não acredita que a entidade esteja disposta a promover as mudanças no calendário do futebol nacional proposta pelo seu grupo

5 NOV 2013 • POR • 21h17

O zagueiro Paulo André saiu insatisfeito da última reunião entre o Bom Senso FC e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O jogador do Corinthians não acredita que a entidade esteja disposta a promover as mudanças no calendário do futebol nacional proposta pelo seu grupo. O que não lhe fez perder as esperanças.

“Apesar do desinteresse da CBF, a gente espera que as cenas dos próximos capítulos sejam voltadas às melhorias do futebol do Brasil”, declarou Paulo André, que proferiu palestra em um seminário voltado ao desenvolvimento do esporte no País. “Acho que até o final do ano teremos surpresas. Torço para que sejam positivas e deem resultados”, sorriu, misterioso.

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Em diversos momentos do seu discurso, o corintiano externou a decepção que teve com a CBF. “Deixamos bem claro para eles que aceitaríamos o sacrificante calendário de 2014, por já ter sido estabelecido anteriormente, desde que tivéssemos mudanças importantes em 2015. Mas, depois da segunda reunião, a gente percebeu que só queriam impor soluções paliativas. A alteração estrutural não foi nem sequer discutida”, reclamou, lembrando que a próxima temporada será ainda pior em função da Copa do Mundo.

Lesionado com frequência ao longo de sua carreira – inclusive quando atuava fora do Brasil –, Paulo André organizou o Bom Senso FC ao saber que o meia Alex, do Coritiba, e o zagueiro Juan, do Internacional, desabafaram contra o desgaste físico acentuado após se enfrentarem no Campeonato Brasileiro. O trio angariou apoio de alguns dos principais jogadores que atuam no País para exigir, entre outros, um calendário menos exaustivo.

“A nossa recuperação é extremamente prejudicada. O número de lesões aumenta, e os patrocinadores e a televisão sofrem com um espetáculo de baixa qualidade”, afirmou Paulo André, que vibrou com o desejo da TV Globo de não transmitir jogos em janeiro, mas estendeu a sua preocupação para quem não aparece na emissora. “Ceder 30 dias de férias e aumentar a pré-temporada não resolve em nada as questões dos atletas de times pequenos, que não têm calendário e não conseguem sobreviver durante toda a temporada.”

O Bom Senso FC espera contar com incentivos de grandes clubes para obter sucesso no que pleiteia. Paulo André já ficou feliz quando Mário Gobbi, presidente do Corinthians, emitiu um comunicado para negar que seja contrário ao grupo, porém gostaria de ter aliados mais combativos.

“Obtivemos apoios do Santos e do Bahia logo de cara. Outros clubes também disseram que nos acompanham, mas não oficialmente. Infelizmente, a maneira como o futebol é conduzido acarreta em uma série de dificuldades e em um medo de retaliação dos clubes. Se eles se unirem, não tenho dúvidas de que a mudança acontecerá”, disse Paulo André, antes de diferenciar o Bom Senso FC de entidades sindicais e projetar longevidade. “Sindicato defende atleta. A gente defende melhorias no futebol brasileiro como um todo, e esperamos que por muito tempo.”