Câncer de cavidade oral é o sexto entre os tipos mais comuns da doença

O câncer na boca é um dos tipos de câncer mais comum no mundo, e o hábito de fumar é um dos fatores que contribui com o surgimento desta enfermidade

28 OUT 2013 • POR • 11h14

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o câncer de boca é o sexto tipo mais frequente de tumor do mundo e uma das causas mais frequente de morbidade e mortalidade.

No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, anualmente, cerca de 15 mil brasileiros contraem esse tipo de câncer, sendo que 80% deles só o descobrem nas fases mais avançadas.

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De acordo com o Dr. Sergio Kignel, os principais fatores de risco são o hábito de fumar e o consumo de bebidas alcoólicas.

“O cigarro é extremamente tóxico. Há 5.400 substâncias químicas em sua fumaça, sendo que 60 delas são efetivamente oncogênicas, a exemplo, da principal e mais clássica, benzopireno. De acordo com dados da OMS, cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca são tabagistas. Outro fator agravante é que o álcool e o fumo têm sinergismo, ou seja, um potencializa o outro. Quem faz uso de ambos tem 150 vezes mais chances de desenvolver um câncer”, destaca Kignel.

Além desses fatores, a má higiene bucal; uma dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais e rica em gorduras; a radiação solar e o vírus HPV também podem aumentar a possibilidade de desenvolver o câncer bucal.

Nesse contexto, vale ainda ressaltar que esse tipo de tumor é mais frequente entre indivíduos do gênero masculino e com idade superior a 40 anos, tabagistas e etilistas, apesar da observação recente do aumento da incidência em mulheres devido aos seus novos comportamentos sociais. Dados do INCA apontam que é a 5ª doença cancerígena que afeta os homens e a 8ª entre as mulheres.

Quando diagnosticado no início e tratado da maneira adequada, a maioria (80%) dos casos desse tipo de câncer tem cura.

Lesões Cancerizáveis X Lesões pré-cancerígenas

Embora muitas pessoas atribuam os mesmos significados aos conceitos “lesões cancerizáveis” e “lesões pré-cancerígenas”, eles são bastante diferentes, segundo o especialista em Estomatologia, Dr. Sérgio Kignel.

Lesões pré-cancerígenas são aquelas que obrigatoriamente vão se transformar em cânceres, enquanto que as lesões cancerizáveis são as que têm a possibilidade de transformação maligna.

“Na boca existem algumas lesões cancerizáveis, entre elas as mais comuns são a Leucoplasia, o Líquen Plano, a Queilite Actinica e o Nevus, sendo que os três primeiros se transformam em carcinoma espinocelular (que responde por 96% dos cânceres de boca) e o último em melanoma”, explica Dr. Sérgio. Ele completa que a Leucoplasia e o Líquen Plano aparecem na forma de uma placa esbranquiçada, enquanto o Nevus se apresenta como uma mancha enegrecida e a Queilita Actinica surge em forma de ferida no lábio inferior, após uma exposição prolongada ao sol.

Independente do tipo de lesão, o fato é que o cirurgião dentista está apto para diagnosticá-las e tratá-las.