Há mais perdas que ganhos com guerra fiscal, diz Mantega

O ministro da Fazenda afirmou também que os recursos para o fundo de desenvolvimento regional, de R$ 300 bilhões até 2020, não serão ultrapassados

24 OUT 2013 • POR • 15h04

 O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira, 24, que as disputas estaduais em torno do "problemático" ICMS chegaram a um ponto de exacerbação e que é preciso aprimorar a lei. Segundo ele, hoje há mais perdas do que ganhos para os entes da Federação com a guerra fiscal, com acumulação de crédito não pagos e incertezas jurídicas.

A proposta do governo inclui reduzir a alíquota interestadual gradualmente para 4%, 7% e 10% em até oito anos, a criação de fundo de compensação e de um fundo de desenvolvimento regional, com quase R$ 300 bilhões até 2020, sendo 25% de recursos do Orçamento da União, além de empréstimos. "Há um conflito crescente entre os Estados que recebem mercadorias de outro Estados e cobram novamente o ICMS. Isso vem se aprofundando. Se aprovássemos essa legislação, teríamos a redução da incerteza jurídica, que atrapalha os investimento e amedronta os empresários."

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Segundo o ministro, que participa de sessão temática sobre pacto federativo no Senado Federal, para concretizar a reforma do ICMS, é preciso um acordo de convalidação dos benefícios já dados pelos Estados pelo Confaz para que eles se tornem constitucionais. "O problema é que não temos conseguido um acordo geral com os Estados. Ao deixar muitos descontentes pelo caminho, depois surgirão críticas, divergências e acabaremos não tendo o benefício de uma nova estrutura tributária", afirmou. "É preciso um consenso que não deixe arestas."

Mantega afirmou também que os recursos para o fundo de desenvolvimento regional, de R$ 300 bilhões até 2020, não serão ultrapassados. Principalmente em relação ao Orçamento da União, que colocará R$ 75 bilhões (25% do total). "Já chegamos no nosso limite. Não dá para aumentar o valor. As contas fiscais não aguentam um comprometimento de mais recursos da União. Temos de conciliar desenvolvimento com solidez fiscal. Não é pouca coisa."