Com ato na Paulista, Bolsonaro quer demonstrar força política contra investigações

Ex-presidente quer apresentar que ainda tem apoio popular; aliados pediram para Bolsonaro medir as palavras em manifestação

Um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, é a nova aposta de Jair Bolsonaro (PL) para mostrar capital político em meio às investigações sobre ele. O objetivo do ex-presidente neste domingo (25) é demonstrar que ainda tem apoio popular.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

No entato, o sentimento de medo é o que marca os preparativos do ato deste domingo, já que Bolsonaro e os aliados estão acuados pelas apurações da Polícia Federal. Muitos conselheiros chegaram a aconselhar o ex-presidente a ter cautela no discurso. Além disso, há um receio de que algo fuja do controle mesmo que a manifestação tenha baixa adesão.

Aliados apontam que eventuais gritos de ordem de cunho golpista poderiam trazer ainda mais prejuízos a processos jurídicos que miram Bolsonaro.

O conselho de aliados a Bolsonaro é que ele evite em seu discurso ofensas a membros do Judiciário (o que já foi uma constante durante seu período na Presidência), sobretudo ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Alguns chegaram a alertá-lo de que declarações com margem de serem interpretadas como crimes poderiam até mesmo resultar na prisão do ex-presidente. De acordo com pessoas próximas, Bolsonaro demonstrou estar alinhado a essas orientações.

Nesse sentido, o ex-presidente estará acompanhado na Paulista pelos advogados Fabio Wajngarten e Paulo Cunha Bueno. Bolsonaro disse à Folha querer um "retrato" da situação e que haverá um impacto político.