SANTOS

Luta antimanicomial ocupa Praça Mauá, em Santos

A ação objetivou chamar a sociedade para diálogo e compreensão sobre o cuidado em saúde mental

18 MAI 2023 • POR Carlos Ratton • 19h44
Participantes pintaram faixas de conscientização sobre a importância de se manter a luta antimanicomial no País - Nair Bueno/ DL

Dezenas de pessoas participaram na tarde desta quinta-feira (18), na Praça Mauá, do Alinhavando Mentes, evento público pelo fim dos manicômios, da lógica manicomial, contra as formas de opressão e exclusão social, por cuidado em liberdade, em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e por um SUS antimanicomial.

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Promovido pela Frente da Luta Antimanicomial Baixada Santista, a ação objetivou chamar a sociedade para diálogo e compreensão sobre o cuidado em saúde mental.

Os manifestantes levaram instrumentos musicais, arte e tinta, fantasias, lanche para compartilhar, numa tarde de atividades com microfone aberto, material informativo, roda de conversa e atividades culturais.

Para os manifestantes, o manicômio não acabou no fechamento da Casa Anchieta, em Santos. Longe disso, ele sobrevive em cada falta de financiamento da saúde, avanço da terceirização, desproteção social. "Se o manicômio persiste, nossa tarefa é resistir", alertam.

O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial nasceu há mais de 30 anos, alinhado às lutas sociais, defesa dos Direitos Humanos e respeito à vida. O movimento cresceu e avançou para outras importantes bandeiras de luta, como a Reforma Psiquiátrica, a Redução de Danos, a Gestão Autônoma de Medicação (GAM).

Presente na Praça Mauá, o prefeito de Santos, Rogério Santos, disse que apoia o movimento e que foi criado do Departamento de Saúde Mental no Município para "dar mais estrutura às questões de saúde mental. Santos é um marco na luta, uma referência, mas muita gente ai tem a imagem de que pacientes devem ser isolados da sociedade e a gente sabe que isso não é adequado. Anchieta nunca mais!", disse.

A vereadora Débora Camilo (Psol), também presente, disse Santos tem história de luta com a intervenção da Casa Anchieta mas que, infelizmente, ainda existe projetos que visam retroceder e acabar com as garantias que as pessoas obtiveram. Temos que ter mais políticas públicas, tratamento humanizado e avançar".

O professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Heitor Martins Pasquim, disse que a universidade sediou as reuniões em prol do movimento encabeçado por usuários, familiares e trabalhadores.

"Fizemos uma primeira reunião no Conselho Regional de Psicologia. Em Santos, temos uma história bonita, desde o fechamento do Anchieta à construção da política de redução de danos e de rede de saúde mental na comunidade", revelou.