'A fome é uma situação dramática', afirma Michel Temer, em Guarujá

O 37º presidente da República revelou que é preciso urgente medidas assistências para minimizar a insegurança alimentar

11 JUN 2022 • POR Carlos Ratton • 07h00
Michel Temer: 'é preciso voltar a harmonia entre os poderes' - Divulgação/PMG

A frase acima é do ex-presidente Michel Temer (MDB), referindo-se a situação dos 33 milhões de brasileiros que, segundo pesquisas, passam fome e os 125 milhões que se encontram com alguma insegurança alimentar no Brasil. "Precisamos de paz, desenvolvimento e trazer investimentos estrangeiros gerar empregos no Brasil e diminuir a desigualdade e a fome", completou.

Temer esteve ontem em Guarujá participando da 5ª edição do Conexidades - Encontro Nacional de Parceiros Públicos e Privados - cujo tema é "Segurança Pública, Dever do Estado e Responsabilidade de Todos". O evento termina hoje. Ele participou do painel Uma Pauta para o Futuro.

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O 37º presidente da República revelou que é preciso urgente medidas assistências para minimizar a insegurança alimentar. Vale lembrar que apenas 4 em cada 10 domicílios conseguem manter acesso pleno à alimentação - ou seja, estão em condição de segurança alimentar.

Os outros seis lares se dividem numa escala, que vai dos que permanecem preocupados com a possibilidade de não ter alimentos no futuro até os que já passam fome. "Não podemos imaginar o país, daqui a 20 anos, fornecendo o Auxílio-Brasil. É preciso avançar".

Com relação à perda do poder de compra do salário mínimo nacional desde o plano real em que, de forma inédita, está valendo menos do que quando presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu, Temer acredita que "a situação, aos poucos, deverá ir se ajeitando. É preciso desenvolver".

O ex-presidente disse que é preciso voltar a existir uma harmonia entre os poderes, o respeito às instituições e à Constituição, para que investidores externos voltem a acreditar no País. Ele não escondeu a preocupação com os ataques sistemáticos de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Imprensa Brasileira.

Vale lembrar que, esta semana, foi divulgado que Temer desmentiu Bolsonaro (PL), sobre um "acordo" com o ministro do STF Alexandre de Moraes, para publicar a carta na qual pediu desculpas pelos ataques à democracia na celebração do Dia da Independência (7 de setembro) em 2021.

Foi Temer quem ajudou Bolsonaro a redigir o documento. Segundo o político do MDB, "não houve condicionantes" para a divulgação da carta, uma vez que se tratava de "um gesto conjunto de boa vontade e grandeza entre dois poderes do Estado brasileiro". Na ocasião, o atual presidente da República se retratou das ofensas ao STF e à democracia nacional.

Em 2021, Jair Bolsonaro participou de uma série de manifestações no feriado do Dia da Independência (7 de setembro). Em cima dos palanques, o presidente insinuou um possível golpe, atacou os três poderes e ministros do STF e declarou que o sistema eleitoral brasileiro não oferecia segurança.

Também na última quarta-feira - um dia depois da data que se comemora o Dia Liberdade de Imprensa - o presidente Bolsonaro sugeriu que jornalistas o atacam por dinheiro. No Twitter, Bolsonaro rebateu uma reportagem sobre ele querer fechar a mídia brasileira e reclamou da imprensa "ignorar declarações" do ex-presidente Lula (PT).

CONEXIDADES

Além da segurança pública, outros assuntos a abordados na 5ª Conexidades foram Saúde, Educação, Geração de Empregos e Renda, Sustentabilidade e Meio Ambiente.

O objetivo do Conexidades é instruir, orientar e preparar os agentes públicos visando a excelência de suas funções, além de fazer a conexão entre o poder público e as empresas interessadas em investir nos municípios ou participar do processo de desestatização.

Cerca de 10 pessoas transitaram pelo evento, vindas de diversas cidades de São Paulo e de mais de 18 estados da Federação. O evento contou com 129 palestrantes. A sessão solene de encerramento acontece hoje, às 11h30, com a presença do Governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).