CÂMARA

Em meio a protestos, reforma da previdência é aprovada em Praia Grande

Ao todo, 16 vereadores votaram a favor da proposta da prefeita Raquel Chini (PSDB). Sindicato vai à Justiça

28 DEZ 2021 • POR Carlos Ratton • 08h00
Em contato ontem (27) com a Reportagem, o presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de Praia Grande, Adriano Lopes 'Pixoxó', disse que a entidade, por intermédio de seu corpo jurídico, deve ingressar com uma ação na Justiça - Hamilton Xavier

De nada adiantou a pressão das galerias da Câmara de Praia Grande. Por 16 votos a favor, dois contrários e três abstenções, foi aprovada a reforma da previdência municipal, enviado à Casa pelo Executivo.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Leia Também

Praia Grande recolhe 143 toneladas de lixo durante a limpeza da orla no feriado de Natal

População pode participar do Plano Municipal de Habitação de Praia Grande

Programa de Residência Médica abre inscrições em Praia Grande

Em contato ontem (27) com a Reportagem, o presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de Praia Grande, Adriano Lopes 'Pixoxó', disse que a entidade, por intermédio de seu corpo jurídico, deve ingressar com uma ação na Justiça. "Um presente de Natal muito ruim para 12 mil servidores e 4 mil aposentados".

De autoria da prefeita Rachel Chini (PSDB), a medida prejudica a categoria em vários aspectos, entre eles o aumento de tempo de serviço para aposentadoria. Também perda do Abono de Natal e taxação dos aposentados.

Na última quarta-feira (22), o sindicalista participou de reunião, no gabinete da prefeita, com a presença do secretário municipal de finanças, Cristiano de Mola, e do líder do governo na câmara, Hugo Ribeiro (MDB).

Também participaram da reunião alguns vereadores, procuradores da Prefeitura, o assessor jurídico do sindicato José Sérgio Boscayno Teixeira e a professora Marisa Demarzo.

JUSTIÇA.
Pixoxó requereu oficialmente ao líder da prefeita e à mesa diretora do legislativo que retirassem o projeto da pauta, reapresentando-o em 2022, após alguns procedimentos previstos na legislação, o que não ocorreu.

Após a votação, acompanhada por sindicalistas solidários de outras categorias, o presidente do sindicato dos servidores, Adriano Lopes 'Pixoxó', anunciou que irá à Justiça contra a medida. "Lutamos e guerreamos, mas a reforma foi aprovada. Perdemos. E vamos sofrer as consequências. Mas questionaremos judicialmente. Nem os vereadores entenderam direito o projeto, quanto mais os servidores, que sequer foram informados sobre sua pautação".

DOIS PROJETOS.
A reforma, para ele, não deveria ter sido pautado nesta semana, entre Natal e ano novo, mas sim em 2022, após trâmites exigidos pela legislação, entre eles uma audiência pública. Ele defende que, antes, deveria haver um plano de comunicação aos servidores sobre o assunto e um relatório técnico do déficit atuarial em audiência pública na Câmara.

A reforma é decorrente de dois projetos de leis complementares e de uma proposta de emenda à lei orgânica do município, aprovados apesar de ruidoso protesto dos servidores na galeria.

O primeiro projeto dispôs sobre as aposentadorias e pensões do regime próprio de previdência dos servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo do quadro de pessoal.

O segundo alterou a lei complementar 714-2015 e instituiu estrutura organizacional e quadro de pessoal da prefeitura, adotando providências correlatas.

A proposta de emenda à lei orgânica instituiu idade mínima para aposentadoria pelo regime próprio de previdência social. "Tudo contra o servidor", pondera Pixoxó.

Votaram contra a reforma José Carlos dos Santos (SDD) e Whelliton Augusto Silva (PL). Michele Correia Quintas dos Santos (PRB) não compareceu e justificou. A Administração não se manifestou.