Em Santos, alunos de curso de pedreiro promovem revitalização de praça

Eles integram um grupo de 15 alunos que iniciaram, esta semana, a primeira etapa de aulas práticas do curso de pedreiro, promovido pela Vila Criativa da Zona Noroeste

7 OUT 2021 • POR • 13h30
A Praça Maria da Conceição Alves, conhecida como Maria Baiana, no Rádio Clube, passou por revitalização - Divulgação

Pais e filhos e até mesmo três mulheres arregaçaram as mangas e já estão com as mãos na massa, misturando cimento, areia, água, saibro e cal para revitalizar a Praça Maria da Conceição Alves, conhecida como Maria Baiana, no Rádio Clube (Zona Noroeste). Eles integram um grupo de 15 alunos que iniciaram, esta semana, a primeira etapa de aulas práticas do curso de pedreiro, promovido pela Vila Criativa da Zona Noroeste (Av. Hugo Maia, 293) em parceria com a Construtora Nosleda Empreendimentos Imobiliários, a Escola Treinasse e a Subprefeitura da Zona Noroeste, subordinada à Secretaria de Serviços Públicos (Seserp).

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Inscritos no Programa Oportunidades, desenvolvido nas Vilas Criativas pela Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur), os alunos, entre 19 e 58 anos, começaram o curso em junho, com aulas teóricas às segundas, quartas e sextas, das 8h às 12h, que agora se mesclam com a parte prática e prosseguem até dezembro.

PRAÇA MARIA BAIANA.
A subprefeitura forneceu o material, assim como bancos e mesas de concreto para a prática de pingue-pongue e jogos de dama e xadrez, além de tijolos com a logomarca da Prefeitura para o acabamento da Praça Maria Baiana. A ideia é reformular a praça, tornando-a um local mais atraente para o lazer comunitário. Na sequência, os alunos se encarregarão de intervenções no Rádio Clube: imediações da UME João Ignácio de Souza, junto ao muro da UME Pedro Crescenti e confluência das vias Álvaro Guimarães e Brigadeiro Faria Lima.

“Agarrei essa oportunidade. O curso é muito legal e a atividade prática está sendo muito proveitosa”, afirmou Davi dos Anjos, 27 anos, que se inscreveu no curso com o pai, Ronaldo, 52. Ele decidiu se preparar de forma adequada para ingressar na construção civil, setor que mostra ter superado a crise causada pela pandemia do coronavírus e vem abrindo frentes de trabalho em toda a região.

“Pensava que era uma atividade difícil, mas está sendo uma nova descoberta e estou gostando muito”, prosseguiu Davi, hoje desempregado, após ter atuado em escritórios, área administrativa e logística. Valter Roberto da Silva, 58 , é o mais experiente da turma: já trabalhou como servente de pedreiro, ensacador e outras atividades no porto. “Agora quero me aprimorar. Minha vontade é me qualificar para trabalhar melhor e ser útil para a minha família e para ajudar meus amigos.

INTERESSE.
Responsável pelas obras, o professor da Escola Treinasse, Carlos Tozo, elogia a empolgação e o comprometimento dos alunos. “Leciono há 37 anos, 15 deles na área da construção civil. Posso garantir que esta é uma das melhores turmas de toda a minha vida como professor.” Quis o destino que ele reencontrasse, no curso de pedreiro, uma ex-aluna do Senai, à época com 14 anos. “Hoje ela já tem filho. Foi uma boa surpresa.”

O coordenador geral das Vila Criativas, José Luiz Trevisan, lembra que o Programa Oportunidades não utiliza recursos públicos. “São patrocinadores que pagam a escola cujo professor ministrará as aulas, cabendo à Vila Criativa viabilizar os espaços e garantir a logística”.  

Ele também destacou o apoio do Empório Nova Era (Encruzilhada), que fornece mensalmente 600 médias para os alunos dos cursos de corte e costura, beleza, portaria e pedreiro, ministrados na Vila Criativa da Zona Noroeste.

CURSOS.
Empresas que tiverem tiverem interesse em preparar ou qualificar mão de obra podem entrar em contato com a coordenação das vilas criativas pelo número (13) 97410-0220. “Se estiverem precisando de profissionais para telemarketing, pós-venda, estoquista ou qualquer outra área, nós vamos viabilizar”, assegurou o coordenador Trevisan, dizendo ter identificado no mercado de trabalho maior procura, atualmente, por operador de empilhadeira. “Temos todo o interesse em formar a mão de obra que as empresas precisam".