Artigo - Metaverso, é para lá que estamos indo

Todos os rios convergem para o mar, mesmo os mais remotos cursos, e com as tecnologias acontece algo bem semelhante

24 SET 2021 • POR • 06h30
Silvio Sebastião Pinto, Analista Programador e Escritor - DIVULGAÇÃO

Por Silvio Sebastião Pinto

Todos os rios convergem para o mar, mesmo os mais remotos cursos, e com as tecnologias acontece algo bem semelhante. Novos equipamentos, novos aplicativos e novas máquinas surgem todo dia, e em algum momento seguinte outra tecnologia vai surgir tomando essas como base para chegar a outros propósitos e para resolver novos, ou antigos, problemas. 

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Recentemente surgiram novos problemas alavancados pela pandemia do Covid-19, mas também surgiram novas perspectivas. Um problema que ainda deve levar algum tempo para ser totalmente resolvido é o trabalho remoto. Para o bem ou para o mal ele veio para ficar, mas a maneira como iremos conviver com ele ainda é uma incógnita. E não apenas o trabalho, mas também as escolas, congressos, reuniões com clientes e fornecedores e até encontros amorosos. 

Muita gente não se adaptou à solidão de um computador no canto da sala ou do quarto, prefere o convívio social, o cara-a-cara, o contato físico. As redes sociais já vinham criando esse ambiente de isolamento na medida em que gastamos mais tempo conversando com pessoas distantes do que com as que estão do nosso lado, mas o completo isolamento imposto pela pandemia não é algo que escolhemos, é uma imposição duradoura da natureza. Então está surgindo no horizonte o Metaverso, e se é para lá que vamos é bom saber onde fica.

Há uns vinte e poucos anos eu conheci em Goiânia o Xangai, um corretor de imóveis totalmente cego. Quando recebia uma casa para vender ele entrava nela e apalpava todos os cômodos para criar um mapa mental do produto que tinha em mãos, e assim fazer a sua avaliação. O Metaverso é uma junção de Inteligência Artificial, Realidade virtual e aumentada e Blockchain. Com essas tecnologias é possível criar um ambiente virtual, ou seja, dentro do computador, onde em breve criaremos a extensão das nossas vidas. É algo como um game on-line, você interage com outras pessoas que estão do outro lado do mundo, mas dentro do jogo cada um tem um papel e uma missão, e essa missão é realizada dentro de um espaço virtual determinado. 

Empresas como Facebook, Epic Games, Unity e Roblox, entre outras, estão investindo alto para criar softwares que nos permitam tem em casa a sensação de estar em outros lugares e ainda poder socializar com outras pessoas. Com isso as empresas vão poder escanear seus escritórios, fábricas, salas de aula, museus, etc, e com isso vão transforma-los em um ambiente virtual, exatamente como num game, e aí vamos entrar cada um com um avatar, e vamos trabalhar todos juntos, ou pelo menos muito próximo disso. Vamos poder sair de uma sala e entrar na outra e encontrar pessoas que já estão lá, de verdade, e vamos cruzar com pessoas que estão indo para outro lugar. Coisa de louco. Hoje quando termina uma reunião on-line a gente desliga o aplicativo e continua na solidão do cantinho da sala, mas com o Metaverso, usando um óculos apropriado, vamos sair da reunião e continuar na empresa, podendo continuar conversando com as pessoas normalmente, e inclusive podendo assistir a uma apresentação na TV da parede da outra sala virtual, junto com toda a turma que já está lá. 

Nada como uma boa pandemia para levantar o tapete e nos atirar no fantástico universo de Matrix.

* Silvio Sebastião Pinto, analista programador e escritor.