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Artigo - A inteligência pode ser artificial?

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Publicado em 11/09/2021 às 10:10

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Silvio Sebastião Pinto, Analista Programador e Escritor / DIVULGAÇÃO

Por Silvio Sebastião Pinto

Com certeza você já recebeu alguma foto ou vídeo com o rosto de uma pessoa no corpo de outra, ou mesmo de uma caricatura jocosa com jeito de extra-terrestre. Sabe aquelas sugestões de amizade que você recebe nas redes sociais? Ou ainda, se você usa Netflix ou alguma concorrente, já deve ter notado que a lista de sugestões de filmes que aparece para o seu perfil é diferente da de outras pessoas. Ou o reconhecimento facial do seu celular. A inteligência artificial (IA) já está em quase tudo que nos cerca, e nem nos damos conta disso.

Você já deve ter recebido alguma ligação de cobrança ou de algum telemarketing e aí notou que a pessoa do outro lado não é alguém deste mundo. Ou pelo menos não é de carne e osso. Programas de computador podem ser feitos para armazenar informações e depois processa-las de modo a tirar conclusões e tomar ações. Sim, um programa de computador é capaz de agir como uma pessoa em determinadas situações, e faz isso muito bem. Mas isso levanta questões importantes.

Quando Adão vivia sozinho no Paraíso não era preciso de lei nenhuma, ele podia fazer o que quisesse, quando quisesse e do jeito que quisesse. Mas a partir do momento em que a Eva foi criada foi necessário criar uma lei para regulamentar o espaço e a vez de cada um. Com a IA não é diferente. É uma coisa boa, mas como tudo, tem seus aspectos perigosos, e por isso o Congresso Nacional já está dando andamento, embora muito lento, em uma legislação para delimitar os direitos e deveres de cada um. E são muitos, pois muitas também são as ambições que cercam essa tecnologia. Alguém pode muito bem embutir em um algoritmo de IA um comando para que conclusões sejam tiradas em favor de interesses particulares, como o desvio de valores, discriminação de uma pessoa em detrimento de outra, favorecimento desse ou daquele grupo, distorção de resultados de pesquisas, etc. Nesse sentido a nova lei pretende colocar ordem no barraco e dar diretrizes de até onde pode ir o poder de decisão de uma máquina, e até que ponto ela pode substituir o raciocínio de uma pessoa sem supervisão. 

As expectativas são tão boas que o Instituto de Tecnologia da Aeronáutica está começando um projeto para levar esse conhecimento para os ensinos fundamental e médio de uma de suas instituições de apoio, e com isso a nova geração já vai aprender desde cedo o que para nós hoje ainda é novidade. Colocar computadores para prever problemas, simular cenários comerciais, interpretação profunda de diagnósticos médicos, reduzir o custo da cadeia de suprimentos, prever catástrofes naturais e até ataques terroristas, tudo isso, e muito mais, está no raio de ação de um software de IA, mas infelizmente nem tudo é mamão com mel. Com tanto potencial ela acaba entrando em searas polêmicas, e o que é solução para um pode constranger ou invadir o espaço do outro, e ser usado com interesses sórdidos.

A IA veio para ficar, então precisamos que esse convívio seja pacífico e construtivo. Não veio para substituir pessoas, mas para nos liberar para tarefas ainda mais inteligentes. Para muitos, raciocinar dói, eu sei. Para as máquinas a inteligência é artificial, mas para nós ela deve ser algo bem natural, e prazeroso.

* Silvio Sebastião Pinto, analista programador e escritor

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