Triângulo amoroso: acusado de assassinato na Zona Noroeste de Santos vai a júri na quarta-feira

Luiz Felipe de Oliveira Galdino está preso preventivamente desde 2019; a sessão, no Plenário do Júri do Fórum de Santos, será híbrida

6 AGO 2021 • POR • 17h00
Luiz Felipe de Oliveira Galdino (foto à esquerda) é acusado de matar Bruno Botelho a facadas - Reprodução

O Plenário do Júri de Santos terá um julgamento híbrido, com testemunhas em ambiente virtual, na próxima quarta-feira (11), data em que estará no banco dos réus Luiz Felipe de Oliveira Galdino, acusado de matar a facadas Bruno Botelho Vieira, de 23 anos, em um triângulo amoroso que também contava com uma moça na Zona Noroeste.

Galdino está preso preventivamente desde julho de 2019, quando o crime foi cometido, na Rua Manoel Alves, no Jardim Castelo. O Ministério Público (MP) pleiteia a condenação por homicídio por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

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O acusado admitiu o crime à polícia, mas na fase de instrução do processo nada quis declarar, invocando o direito constitucional de não responder às perguntas formuladas pelo juiz.

Galdino afirmou na fase do inquérito policial que quando sua então mulher propôs manter um relacionamento a três com Bruno ele aceitou somente “porque não queria perdê-la”. Galdino e a moça têm uma filha.

O réu ainda afirmou que quando soube que a mulher pretendia se separar dele para ficar somente com Bruno “não ficou bem", pois viu “que iria perder sua mulher e sua filha para Bruno” e que então, em uma conversa, perdeu a cabeça e esfaqueou o rapaz. Ele ainda disse que “não conseguia avaliar se estava arrependido”.

O acusado, que era operador de marketing, caminhava com a mulher até a casa onde moravam com a vítima, na madrugada de 3 de julho, e em dado momento ela foi surpreendida.

“O denunciado a princípio dissimulou sua intenção homicida e caminhou lado a lado com a vítima até que a jovem subisse ao apartamento. Então, Luiz Felipe sacou a faca que trazia e, surpreendendo a vítima, desferiu golpes em seu abdômen”, disse o promotor Geraldo Márcio Gonçalves Mendes, que ofereceu a denúncia.

Ao mencionar as qualificadoras na sentença em que submeteu o réu a júri, o juiz Alexandre Betini, titular da Vara do Júri, escreveu que o motivo torpe corresponde à discordância, por parte do réu, do término de seu relacionamento com a mulher e da manutenção do relacionamento dela apenas com a vítima e que o emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima coaduna-se com as provas colhidas, porque elas indicam que o réu teria agido de surpresa e de maneira dissimulada.

Dia do advogado

Constituído pela família da vítima, o advogado Armando de Mattos Júnior atuará na assistência da acusação e ressaltou ao Diário do Litoral que o julgamento híbrido ocorrerá na mesma data que celebra o dia do advogado e implantação dos cursos jurídicos no Brasil, que ocorreu mediante promulgação de lei em 11 de agosto de 1827,  criando cursos em São Paulo e Olinda.

“Emblemático também porque será o primeiro júri híbrido no Plenário do Júri de Santos", afirma. 

Mattos trabalhará para a aplicação de pena máxima e diz que o crime foi cometido de “forma ardilosa, covarde e calculada”.

Procurado pela Reportagem, o advogado de Galdino, Alexandre Ferrareze Dias Mascarenhas, afirmou que só irá se manifestar publicamente sobre a tese defensiva após o julgamento.