Rinite, sinusite e os 'ites' do outono e inverno; veja dicas para evitar alergias

Embora parecidas, é importante ficar atento aos sintomas para buscar o tratamento mais adequado

2 MAI 2021 • POR • 22h15
Tanto crianças como adultos estão vulneráveis a contrair alguma das 'ites' durante o outono e o inverno - Reprodução

O outono chegou e, logo vem o inverno por aí, trazendo dias com temperaturas mais amenas, baixa umidade do ar, maior concentração de poluentes e mudanças bruscas no clima, que favorecem a proliferação de doenças respiratórias. Listamos quatro dicas para ajudar você a evitar as alergias típicas destas épocas. O texto conta com informações do Hospital Paulista.

“Nos meses mais frios do ano temos um aumento dos casos de rinite e sinusite devido o clima frio e seco, que atuam como fatores irritativos da mucosa nasal. O tempo seco desidrata a mucosa, desencadeando um processo inflamatório, que pode virar uma rinossinusite. Além disso, o agravamento e concentração da poluição nos grandes centros impacta diretamente na piora do quadro”, afirma a Dr.ª Cristiane Adami, otorrinolaringologista do Hospital Paulista.

Tanto crianças como adultos estão vulneráveis a contrair alguma das ‘’ites’’ durante o outono e o inverno, entre elas a rinite e a sinusite. Embora parecidas, é importante ficar atento aos sintomas para buscar o tratamento mais adequado.

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O que é a rinite?

A rinite é uma inflamação e/ou disfunção da mucosa de revestimento nasal, e é caracterizada por alguns dos seguintes sintomas: obstrução nasal, rinorreia (presença de secreção e corrimento nasal), espirros, prurido nasal e hiposmia (diminuição do olfato).

A rinite alérgica é a forma mais comum da doença, induzida por inalação de ale?rgeno, substância que provoca uma reação alérgica em certos indivíduos, tais como a poluição.  “Nestes casos, recomenda-se deixar os cômodos da casa e a roupa de cama bem limpos para evitar acúmulo de poeira, e deixar entrar sol o máximo possível, além de realizar o tratamento adequado”, explica a Dr.ª Cristiane.

Há outros tipos da doença, como por exemplo, as rinites infecciosas, causadas por vírus e, menos frequentemente, por bactérias. “Neste caso, é importante lavar bem as mãos, principalmente quando em lugares muito fechados e cheios de pessoas. O uso do álcool gel pode ajudar”, afirma.

O que é a sinusite?

Segundo a Dr.ª Cristiane, a sinusite pode ser aguda ou crônica. “A sinusite aguda geralmente decorre de um processo inflamatório iniciado no nariz, e pode durar até 12 semanas, com desaparecimento completo após o tratamento. Ao ultrapassar este período, já é considerada sinusite crônica”, conta.

A especialista acrescenta que a sinusite crônica pode apresentar um subtipo chamado de Polipose Nasossinusal. “Neste caso, a mucosa nasal e dos seios da face têm predisposição para a formação de pólipos. Esses obstruem os óstios de drenagem dos seios nasais, favorecendo o acúmulo de secreções e infecção bacteriana”, afirma.

“A rinite e a sinusite apresentam sintomas semelhantes, porém a sinusite geralmente é uma complicação de uma crise de rinite infecciosa ou alérgica que teve um prolongado tempo de duração, ocasionando secreção espessa e purulenta, dores no rosto, muita tosse e dores de cabeça”, afirma a Dr.ª Cristina.

E o que é a rinossinusite?

Rinossinusite é todo processo inflamatório da mucosa da cavidade nasal e dos seios paranasais. Essa resposta inflamatória representa uma reação a um agente físico, químico ou biológico (bacteriano, fúngico ou viral), ou também pode ser decorrente de mecanismos alérgicos.

“O termo rinossinusite é atualmente usado com consenso entre os especialistas, já que rinite e sinusite são frequentemente doenças em continuidade. Assim, podemos ter um episódio de rinite isolado ou que pode estender-se para os seios da face, caracterizando uma rinossinusite”, diz a especialista.

Dicas

Evite a poluição e o ar condicionado

Para o doutor Olavo Mion, professor de otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o cuidado com as vias respiratórias deve ter atenção especial principalmente nas estações mais frias.

“Com o ar mais seco, frio e poluído, as vias respiratórias se sobrecarregam e tentam melhorar a qualidade do ar que entra nos nossos pulmões, fator que aumenta os sintomas das alergias”, ressalta.

Para ele, o primeiro procedimento que se deve tomar é buscar ambientes menos maléficos ao nosso sistema respiratório, evitando exposição prolongada à fumaça e poluição e ao uso do ar condicionado. “Dentro de casa, por exemplo, o ideal é nunca usar o ar condicionado, pois ele tira a umidade do ambiente”.

Utilize umidificadores com moderação

Para pessoas que vivem em regiões muito secas, o professor da USP recomenda o uso do umidificador, mas com alguns cuidados. “O excesso do umidificador ou o mau uso dele podem causar mofo dentro de casa, e nesse caso ele terá o efeito contrário ao desejado”.

Cuidado ao varrer ou aspirar a casa

Parece sem sentido, mas isso é mais óbvio do que se imagina na hora da limpeza. Mion afirma que utilizar vassouras e aspiradores para retirar o pó da casa é um erro muito comum. “Varrer e aspirar não eliminam totalmente a poeira. O ideal é sempre tirar o pó com pano úmido, que gruda a poeira e evita que ela se espalhe”.

Planeje sua alimentação

No inverno, a alimentação também deve receber atenção especial, buscando aumentar o consumo de frutas e verduras, que ajudam na reposição das vitaminas C e D no corpo.