Turismo - Aviação regional vira tendência no Brasil

A busca por turismo regional aumentou em 2021; pandemia e distanciamento social facilitam viagens mais curtas

26 DEZ 2020 • POR • 10h10
UBATUBA. No litoral norte paulista, a viagem de carro leva 3h30 - e de avião, saindo de São Paulo, menos de uma hora - Everton Souza/Unsplash

Por Vanessa Zampronho  

Aviões gigantes, capazes de levar centenas de passageiros, que cruzam grandes distâncias: eles não são os únicos que cruzam os ares levando turistas. A aviação regional, com aeronaves menores, vem se destacando, e tem tudo para ser uma das tendências do turismo nos próximos anos. 

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A pandemia tem grande participação nisso: a busca pelo turismo de curtas distâncias, ou para cidades menores, vem aumentando nos últimos meses, e por uma razão interessante. Locais menos conhecidos não reúnem muitas pessoas, tudo o que se espera em época de distanciamento social. 

É aí que as empresas aéreas descobriram um filão a ser explorado. Algumas cidades turísticas de porte médio até têm aeroportos, mas não têm estrutura para receber grandes aeronaves, como as da Boeing e Airbus. São aviões menores, que levam até 70 passageiros (há algumas que têm capacidade para apenas dez) que dominam esses ares mais de interior, e que estão fazendo parte da frota de companhias aéreas como a Azul. 

Assim, a nova Azul Conecta consegue levar turistas de São Paulo até Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Não que esse trecho não possa ser feito de carro: são 225 km feitos em aproximadamente 3h30, sem trânsito. De avião, o trajeto leva menos de uma hora até chegar ao Aeroporto Estadual de Ubatuba. A cidade faz divisa com o Rio de Janeiro, e tem praias muito conhecidas, como a das Toninhas, de Itamambuca, Picinguaba e a de Maranduba. 

Já o Aeroporto de Itanhaém está recebendo voos turísticos diários desde o dia 17 de dezembro até 31 de janeiro de 2021. Os aviões da Azul Conecta, sub-regional operada pela Azul Linhas Aéreas, decolam do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 18 horas e chegam às 18h35 no município. E saem de Itanhaém às 19h e chegam na Capital às 19h35, todos os dias. As viagens serão feitas em 17 aviões do modelo Cessna Gran Caravan, um turboélice regional monomotor com capacidade para até 9 passageiros. As passagens já estão sendo vendidas nos canais oficiais da companhia aérea.

De São Paulo sai também o voo para Angra dos Reis (RJ). De carro, são 405 km e quase seis horas de volante. De avião, até o Aeroporto de Angra, são 1h15 de voo. Além da orla marítima, o turismo em Angra fica mesmo por conta das 365 ilhas que fazem parte da paisagem. Algumas delas, como a Ilha Grande, que é a maior do arquipélago, tem praias incríveis. A da Gipoia é rica em vegetação e praias de águas límpidas. 

Já para se chegar a Guarapari (ES), o voo sai do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte (MG) e leva 1h40 até o aeroporto da cidade. Guarapari é uma das principais cidades turísticas capixabas, e suas praias têm areia monazítica, que é mais escura e chama a atenção dos turistas. 

No Rio Grande do Sul, a serrana Canela também faz parte da rota de turismo regional. A cidade tem aquele clima ameno de altitude, além da tradicional arquitetura alemã. De avião, partindo de Porto Alegre, o voo dura 40 minutos, e no roteiro, há parques temáticos como o Alpen Park e o Mundo a Vapor, a tradicional Catedral de Pedra, toda em estilo gótico, e o Parque Estadual do Caracol que tem, além da Mata Atlântica, uma queda d'água de 131 metros de altura.