Condenado por estupro na Itália e contratado pelo Santos, Robinho é defendido pelo presidente do clube

O atacante foi condenado em 2017 a nove anos de prisão por violência sexual; ele recorre em liberdade da decisão em primeira instância

12 OUT 2020 • POR • 10h22
Reprodução/Redes Sociais

O presidente em exercício do Santos, Orlando Rollo, defendeu a contratação do atacante Robinho, anunciada no último sábado (10) e criticada por torcedores devido à condenação do jogador por violência sexual em primeira instância, na Itália.

"Robinho não está condenado com trânsito em julgado. Quem somos nós para atirar pedra no Robinho? Atire a primeira pedra quem nunca pecou. E será que ele pecou? Vamos esperar o desfecho do processo", afirmou à Folha de S.Paulo.

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O atacante foi condenado em 2017 a nove anos de prisão por violência sexual. Ele recorre em liberdade da decisão em primeira instância.

Rollo disse que os santistas adoraram a contratação, e que a reação negativa era apenas de outras torcidas, que teriam ficado com "dor de cotovelo".

Parte da torcida lembrou campanhas que o clube fez de conscientização no combate da violência contra a mulher, e considerou hipócrita a agremiação por ignorar o assunto quando da contratação.

"Respeito a opinião de todas [as mulheres]. Inclusive, eu acho que esse crime do qual ele é acusado é muito grave, já investiguei muito esse tipo [na carreira de policial civil], mas têm muitas mulheres apoiando, também. É aquilo que eu falei, não acabou o processo dele na Itália", disse Rollo.

A sentença de 2017 saiu quando o atleta já havia deixado o país europeu e defendia o Atlético-MG. De acordo com a investigação, o caso ocorreu em 22 de janeiro de 2013, em Milão. A vítima seria uma mulher albanesa que tinha 22 anos na época.

Segundo a denúncia, Robinho e cinco amigos a intoxicaram com álcool até ela ficar incapaz de recusar o ato sexual. Ele também foi condenado a pagar 60 mil euros (R$ 233 mil) para a mulher.

A advogada do atleta, Marisa Alija, publicou um vídeo em suas redes sociais no fim da noite deste sábado em que diz que o processo está "na primeira fase, subindo para a segunda fase". "Existem pelo menos três, até quatro graus de recurso, como é o caso da Justiça italiana", afirmou.

De acordo com ela, como não existe uma sentença de prisão, não há nenhum impedimento para que ele deixe o Brasil para jogar com a equipe santista, por exemplo.