Caio França - O desafio de garantir a segurança sanitária nas escolas

Por mais que tenhamos nos preparado nas quarentenas em relação aos cuidados com o vírus, estamos diante de uma situação mais complexa do que possa parecer

6 AGO 2020 • POR • 07h10
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A pauta mais comentada nos últimos dias nos motivou a realizar uma live na última segunda-feira (3) visando debater a volta às aulas, em tempos de pandemia, nas redes pública e privada de ensino com especialistas nas áreas de Saúde e Educação.

Para o Dr. Evaldo Stanislau, médico infectologista, o ambiente escolar tradicionalmente conhecido realmente configura um espaço propício para propagação. Ele sugere que as redes de ensino pesquisem a retomada às aulas adaptadas à Covid-19 nos países que já venceram essa etapa como a Coréia e a China, por exemplo.

Segundo ele, o que vai determinar o retorno parcial é a baixa circulação viral e isso precisa ser monitorado diariamente. Na última terça-feira (5), o secretário Estadual de Educação, Rossieli Soares, admitiu em uma entrevista a possibilidade de se manter as aulas remotas por mais um tempo.

O fato é que por mais que tenhamos nos preparado ao longo das quarentenas em relação aos cuidados com o vírus, estamos diante de uma situação mais complexa do que possa parecer. As estatísticas mostram que a incidência da doença sobre as crianças e adolescentes é pequena, mas a escola não fica restrita ao alunado.

A comunidade escolar é composta por um grupo que abrange desde os professores, corpo diretor e gestor, funcionários da limpeza, agentes de organização escolar, administrativo, merendeira, zeladoria, incluindo os pais e responsáveis pelos estudantes, muitas vezes representados pelos avôs. É como se estivéssemos todos interligados numa grande teia.

Dessa forma, por mais que as unidades escolares adotem um plano e um protocolo sanitário de distanciamento, como já feito pela rede municipal de ensino de São Vicente, por exemplo, a secretária Eugenia Marcondes, relembra que não se pode prever ou controlar os fatores externos como o comportamento, os hábitos, o convívio  e o transporte utilizado no deslocamento dessas pessoas que eventualmente voltarão a assumir os seus postos de trabalho de forma presencial. 

Então, de alguma forma, estaremos assumindo um risco iminente de retrocedermos nesta batalha travada contra o vírus há seis meses, mas respeitamos a particularidade de cada pai e mãe sobre este assunto diante das desigualdades sociais e econômicas cada vez mais acentuadas por esta pandemia, especialmente os pais que precisam retornar ao trabalho para garantir o sustento de sua família e não dispõem de nenhum responsável com quem os filhos possam ficar durante este período. Cada situação deve ser analisada individualmente, de forma criteriosa, por meio das pesquisas que vêm sendo promovidas pelas redes de ensino, evitando generalizações.