Política
O processo reúne oito réus, incluindo militares de alta patente, ex-ministros, parlamentares e o ex-presidente Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro é considerado chefe do processo / Antonio Augusto/STF
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O julgamento da Ação Penal (AP) 2668, que trata do chamado Núcleo Crucial da suposta tentativa de golpe de Estado começou na manhã desta terça (02).
O processo reúne oito réus, incluindo militares de alta patente, ex-ministros, parlamentares e o ex-presidente Jair Bolsonaro, considerado chefe do processo.
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Para acusação, foram expostas a evidências como a tentativa de explosão do Aeroporto de Brasília e a invasão da sede da Polícia Federal.
Também foram citados pela PGR os eventos do dia 08 de Janeiro, tido como ato desejado e instigado, além de ser considerado o apogeu do “golpe tentado” não consumado, como fatores que visaram criar o caos social e pressionar as Forças Armadas a embarcar no golpe militar de estado.
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Para a defesa, os advogados devem levantar questões preliminares, como a alegação de que o STF não teria competência para julgar todos os réus e que o caso deveria ser analisado pelo Plenário e não pela Primeira Turma. Eles também devem contestar a validade do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid.
Confira abaixo o resumo das teses de acusações e de defesas de cada um dos personagens citados no processo.
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Segundo a PGR, ele é acusado de comandar espionagens ilegais e reforçar a narrativa de fraude nas urnas.
A defesa alegará que não há provas de envolvimento em espionagem ou Fake News e que ele teria apenas verificado a legalidade de softwares de monitoramento.
A acusação afirma que ele teria oferecido tropas para apoiar medidas autoritárias e participado do desfile de carros blindados em Brasília.
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Ele será defendido com a tese de que manifestações públicas foram interpretadas como prova de apoio ao golpe, mas estariam protegidas pela liberdade de expressão.
Ele é acusado de usar a PRF para atrapalhar eleitores e de omissão nos atos de 8 de janeiro.
Para livrá-lo da condenação ou amenizar a pena, os advogados alegarão que não há provas materiais que o liguem aos atos de 8 de janeiro; a acusação teria feito interpretações distorcidas de mensagens.
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De acordo com a investigação, ele teria apoiado a construção da narrativa de fraude e consentido em espionagens ilegais.
A linha de defesa deve argumentar que ele não participou de reuniões golpistas nem esteve em acampamentos e que sua influência teria diminuído no governo.
Bolsonaro é apontado no processo como líder e maior beneficiário da organização criminosa.
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Na linha de defesa, os principais argumentos apresentados a favor do ex-presidente são que ele autorizou a transição, o que pode ser interpretado como um sinal positivo em relação à aceitação do resultado das eleições, condenou a violência e não incentivou ilegalidades.
Os advogados do ex-presidente, que não compareceu por estar com problemas de saúde, também ressaltam falas sobre urnas como parte de debate político.
Ele é tratado como peça-chave e teria participado de negociações ilegais. Vale lembrar que Cid fechou acordo de delação premiada.
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Para defendê-lo, a alegação é que ele não confessou crimes, apenas relatou fatos que presenciou e que não teria poder de decisão.
Ele é acusado de apresentar minuta golpista a comandantes militares e tentar alterar relatório sobre urnas.
Em sua defesa, é alegado que ele teria aconselhado Bolsonaro a aceitar o resultado das urnas e buscado evitar medidas de exceção.
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Apontado como coordenador das ações mais violentas e defensor de intervenção militar.
Entretanto, seus advogados negam articulação golpista e afirmam que provas apresentadas contra ele são frágeis, como um vídeo de 36 segundos em frente ao Alvorada.
Além da sessão da manhã desta terça-feira, 2, o ministro Zanin agendou as sessões para os seguintes dias e horários: