Foram encontradas mensagens que mostram o deputado Eduardo Bolsonaro dirigindo xingamentos ao próprio pai / Arquivo/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sob suspeita de coação no curso do processo, por intimidações a autoridades envolvidas na ação penal referente à tentativa de golpe de Estado.
Durante a investigação, foram encontradas mensagens que mostram o deputado Eduardo Bolsonaro dirigindo xingamentos ao próprio pai após Jair tê-lo chamado de imaturo em entrevista.
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Capturas de tela obtidas no WhatsApp mostram o parlamentar irritado devido a divergências com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-PB) e atacando o pai com palavrões.
“VTNC SEU INGRATO DO C*RALHO!”, escreveu Eduardo em maiúsculas, usando a sigla que significa "vai tomar no c*".
Segundo o relatório da PF, Eduardo enviou mensagens de desculpas no dia seguinte.
Além disso, as mensagens apontam que Jair Bolsonaro cogitava pedir asilo político na Argentina.
Nos arquivos obtidos pela PF, constam também mensagens do pastor Silas Malafaia, que foi alvo de operação nesta quarta (20), criticando tanto Eduardo quanto Jair Bolsonaro.
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“Esse seu filho Eduardo é um babaca”, escreveu Malafaia em 11 de julho, dois dias após Donald Trump anunciar sobretaxa de 50% ao Brasil, em meio a movimentações de Eduardo nos EUA.
Para o pastor, o deputado estaria oferecendo “a Lula e à esquerda o discurso nacionalista, e ao mesmo tempo ferrando Bolsonaro”.
Malafaia acrescentou: “Um estúpido de marca maior. ESTOU INDIGNADO! Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque por consideração a você. Não sei se vou ter paciência de ficar calado se esse idiota falar mais alguma asneira”.
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Outro episódio relacionado ocorreu quando o deputado Guilherme Boulos (PSOL) solicitou ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a exoneração de Eduardo Bolsonaro do cargo de escrivão da corporação.
O inquérito foi iniciado em maio a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou a atuação de Eduardo na tentativa de pressionar ministros do STF junto ao governo dos Estados Unidos.
O caso também levou à abertura de investigação contra Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais. No início de julho, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a apuração por mais 60 dias, ressaltando a necessidade de novas diligências.
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