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A industrial paulista fechou 130 mil postos de trabalho, em dezembro passado. Essa é a maior perda registrada na série histórica da pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), iniciada em 1994.
Foi também a primeira vez na série iniciada em junho de 2005, que todos os 21 setores industriais pesquisados pela Fiesp demitiram empregados. Ainda sem previsões oficiais para o desempenho do emprego, a Fiesp acredita que as demissões vão continuar nos primeiros meses deste ano.
Segundo a Fiesp, o nível de emprego da indústria paulista recuou 0,27% no ano passado — o que significou sete mil vagas a menos no ano.
Na Baixada Santista, a Regional Ciesp de Santos — que abrange as cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe e Mongaguá —, registrou queda de 3,82% no nível de emprego em dezembro pelo terceiro mês consecutivo.
De acordo com a Fiesp, as demissões foram observadas nos segmentos Edição, Impressão e Reprodução de Gravação (-6,73%), Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios (-5,03%), Máquinas e Equipamentos (-4,07%) e Produtos Alimentares (-2,51%). O resultado é pior que o de dezembro de 2007, quando houve menos demissões (-0,55%). A soma dos meses de 2008 apresenta saldo negativo (-7,78%).
A Ciesp Regional Cubatão — que abrange os municípios de Cubatão, Guarujá e Bertioga — registrou redução no índice de emprego industrial de -0,66% em dezembro, pelo terceiro mês seguido. Entretanto, a retração de postos de trabalho foi menor que a de dezembro de 2007 (-1,32%). Porém, ao contrário da Regional Ciesp-Santos, a Regional Ciesp Cubatão acumula um saldo positivo em 2008 de 2,12% na abertura de vagas na indústria.
As perdas constatadas no Estado surpreenderam a Fiesp. "A perda de empregos em dezembro não era esperada nem por nós nem por nenhum agente econômico.
Não tivemos nenhum setor com estabilidade ou crescimento nas vagas", disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini.
Na primeira quinzena de janeiro, a pesquisa Sensor da Fiesp, que mede a confiança dos empresários, o indicador "emprego" ficou em 44 pontos — resultados abaixo dos 50 pontos indicam demissões.
Em outubro e novembro foram fechados, respectivamente, 10 mil e 34 mil postos de trabalho. Para dezembro, a Fiesp já esperava o fechamento de 80 mil vagas.
Mas, o resultado foi tão ruim que reverteu a tendência positiva para o emprego em 2008, que acumulava alta de 5,66% de janeiro a novembro e a criação de 123 mil vagas, para uma queda de 0,27%, com o fechamento de sete mil empregos. "A nossa expectativa para 2008 era a de um crescimento modesto, de 2% no número de postos de trabalho", lamentou Francini.
Segundo ele, normalmente, as demissões só ocorrem após quatro meses da primeira diminuição da atividade econômica, mas, foram aceleradas pela crise financeira mundial.
Na indústria sucroalcooleira — setor que mais contrata e demite no ano devido à sazonalidade da colheita e do corte da cana — 4.341 trabalhadores foram demitidos, em 2008.
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