14 de Outubro de 2024 • 14:14
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo, passou de 9,8% em janeiro para 10,5% em fevereiro. O contingente de desempregados estimado é de 1.138 pessoas, 80 mil a mais que no mês anterior. O número de ocupados caiu em 38 mil, o equivalente a -0,4%. Os dados são da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecnômicos (Dieese).
De acordo com Alexandre Loloian, economista coordenador da análise, apesar da alta, essa é a menor taxa para o mês de Fevereiro desde 1991. “Ainda estamos numa situação boa e não perdemos os ganhos do passado”, disse ele.
Segundo o economista, a redução no nível de ocupação é efeito conjugado do aumento da População Economicamente Ativa (PEA), que inclui empregados e pessoas em busca de emprego, além da diminuição da oferta de postos de trabalho.
A pesquisa da Fundação Seade e do Dieese deixou de divulgar a estimativa de desemprego em todo o país devido à redução de amostras, com a saída de algumas regiões. Entre as cidades que ainda constam da pesquisa estão Fortaleza (passou de 7,1% em janeiro para 7,2% em fevereiro), Porto Alegre (5,8% para 5,7%), Recife (11,8% para 12,1%) e Salvador (16,3% para 16,4%).
Se considerar apenas a capital paulista, o desempregado também cresceu, passando de 9,5% em janeiro para 10,4% no mês passado. Entre os setores, os que mais eliminaram postos de trabalho foram os serviços (32 mil postos) e a construção, que eliminou 22 mil postos.
“A construção está num período atípico, com o nível particularmente baixo, não só na construção de residências, como de infraestrutura. Lançamentos estão caindo, as vendas diminuindo, as construtoras e incorporadoras em redução e isso se reflete no nível de emprego”, disse Loloian.
Já a indústria teve redução de 6 mil postos de trabalho e o comércio teve aumento de 32 mil postos. Na análise da qualidade do emprego, constatou-se que o número de assalariados diminuiu 0,5%. O número de autônomos caiu 1,1% e trabalhadores sem carteira assinada reduziu 5%.
“A qualidade do emprego se manteve e onde houve redução foi nas ocupações precárias, autônomos e sem carteira. Isso é um sinal de que o mercado de trabalho não está num processo de deterioração tão rápido”, declarou o economista.
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