Táxis terão tarifa unificada e bandeira 2 opcional em São Paulo

A gestão Fernando Haddad (PT) decidiu implantar uma série de mudanças nas tarifas dos táxis em São Paulo a partir da próxima quarta (24). Todas as modalidades do serviço -Táxi Preto, Rádio-Táxi, Especial e Luxo- deverão cobrar os valores dos táxis comuns: R$ 4,50 a bandeirada mais R$ 2,75 por km. A cobrança adicional de 50% para transportar passageiros para outros municípios da Grande SP ficará extinta.

E os taxistas ainda poderão optar se querem ou não adotar a bandeira 2 -que hoje é cobrada entre as 20h e as 6h e aos domingos e feriados.

As mudanças visam dar maior competitividade aos táxis após a concorrência com aplicativos de transporte como Uber, que foram regulamentados pela prefeitura. Elas foram publicadas no "Diário Oficial" da Cidade.

Além de terem preços geralmente mais baixos, esses aplicativos não cobram, por exemplo, a taxa adicional de 50% do valor da corrida para viagens para fora da capital.

Atualmente, uma corrida da av. Paulista ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), por exemplo, custa entre R$ 82 e R$ 109 pelo Uber Black, categoria mais luxuosa do serviço, segundo simulação do aplicativo.

Já uma corrida com táxi comum sairia por R$ 135 (R$ 90 da corrida mais R$ 45 de adicional). Com a mudança, deve ficar próximo de R$ 90.

"A situação econômica do país está difícil, as tarifas de táxi precisam refletir essa realidade", afirmou Natalício Bezerra da Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo.

A Secretaria Municipal dos Transportes disse a uniformização dos valores cobrados pelas diferentes modalidades de táxis está sendo feita para ampliar a opção aos passageiros, além de atender a pedidos de representantes de vários setores dos taxistas.

Motoristas de Táxi Preto, serviço mais luxuoso criado por Haddad no fim de 2015 em meio à expansão do Uber, disseram que a equiparação das tarifas vai oficializar algo que na prática eles já fazem para conseguir passageiros -já que, pelas regras da prefeitura, eles teriam valores até 25% maiores que os do táxi comum.

O taxista Osni Ferreira, 31, diz que a redução no valor da tarifa não vai diminuir seu ganho mensal. "Só vamos ganhar mais se fizermos mais corridas. O problema é que há poucos passageiros porque não há divulgação sobre Táxi Preto."