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Saiba de quanto em quanto tempo se deve ir ao dentista

Segundo especialistas, visita regular ao dentista pode prevenir não só as questões de saúde bucal, mas também outros problemas de saúde

Gladys Magalhães

Publicado em 04/02/2024 às 12:46

Atualizado em 04/02/2024 às 14:17

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Medo de ir ao dentista é muito comum / Pexels

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Quando foi a última vez que você foi ao dentista? Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a maior parte dos brasileiros, 55%, não vai ao dentista nem uma vez ao ano, ainda que o Brasil tenha a maior concentração de dentistas do mundo, quase 400 mil profissionais.

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De acordo com especialistas ouvidos pelo Diário do Litoral, pessoas saudáveis devem visitar o dentista semestralmente. Isso porque a ida regular ao consultório ajuda a prevenir não só os as doenças relacionadas à saúde bucal, como também outros problemas de saúde.

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“Para cada paciente, a gente precisa personalizar o tempo de retorno. Pacientes mais susceptíveis ao desenvolvimento da doença periodontal, ou cárie, por exemplo, a gente precisa chamar com menos de seis meses. Agora, pacientes saudáveis, que conseguem manter um bom padrão de higienização, devem visitar o dentista, pelo menos, uma vez a cada seis meses”, orienta o cirurgião dentista Sérgio Lago, embaixador da S.I.N. Implant System.

Saúde bucal: doenças mais comuns e nem tão comuns assim
Ainda de acordo com Sérgio, a boca é uma região onde poucas pessoas conseguem fazer uma boa inspeção e controle de higiene, o que torna a ida ao consultório odontológico ainda mais necessária, visto que ela pode prevenir doenças que, geralmente, não são associadas à saúde bucal.

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“Pacientes que possuem problemas orais podem ter o que chamamos de alterações sistêmicas, como alteração do controle glicêmico. Eles podem ainda sofrer com endocardite bacteriana, já que a boca é a porta de entrada para todo o nosso sistema, como um todo. Então, o controle da saúde bucal não é apenas um controle localizado na cavidade bucal, é realmente um cuidado por completo com a saúde”, ressalta.

No que diz respeito às doenças odontológicas mais comuns, o dentista Gustavo Belligoli, da clínica que leva o seu nome, destaca a cárie, a perda de dentes e a doença periodontal, geralmente caracterizada por sangramento  e inchaço na gengiva.

“A cárie é a doença de cavidade oral mais comum no mundo, seguida de perto pela doença periodontal e a perda de dentes. Na maioria das vezes, em todos os casos, a origem é a mesma: acumula-se a placa bacteriana, que com o tempo vira tártaro e, sem tratamento, evolui para uma cárie. Caso não seja tratada, a cárie vai aumentando de tamanho, podendo chegar na região central do dente, onde há o nervo, causando uma dor muito forte, que pode evoluir para um canal e até perda do dente”, explica Gustavo.

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O profissional lembra ainda que os problemas de saúde bucal podem também impactar a vida pessoal das pessoas. “A doença periodontal, como também as cáries, principalmente as mais evoluídas, trazem um outro problema, que é o mau hálito.  Há pessoas que ficam com vergonha de se relacionar porque percebem o mau odor. A falta de dentes é outro problema que pode impactar a autoestima. O paciente deixa de se relacionar, às vezes não quer mais nem sair de casa, tem pessoas que têm dificuldade até mesmo para trabalhar, porque aquela estética comprometida não permite a ela se expressar da forma como gostaria.”

Prevenção: bom para saúde e para o bolso
Para evitar as doenças odontológicas, a prevenção é o melhor remédio e além de fazer bem para a saúde, também faz bem ao bolso.

“A prevenção é muito mais barata do que fazer qualquer tipo de tratamento. Cerca de dois anos atrás, eu fiz um levantamento no qual constatei que um implante custa aproximadamente 75 meses de prevenção. Já uma restauração custa em torno de 40 meses de prevenção. Então vale muito a pena fazer a prevenção, do ponto de vista não só de perda de tecido biológico, de custo biológico, mas também do ponto de vista de custo financeiro, de dor e tudo mais”, argumenta o dentista e especialista em prótese dental José Todescan Júnior, da Clínica Todescan.

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Para uma prevenção efetiva, José ressalta a importância de cultivar bons hábitos de higiene e até alimentares. Ou seja, realizar a escovação, com uso do fio dental e raspagem da língua, de três a quatro vezes ao dia. Além disso, diz ele, é essencial evitar alimentação cariogênica, como os itens muito açucarados, e os alimentos ácidos.

“Vale ainda usar sempre uma escova macia ou extra macia com uma pasta de dente de baixa abrasividade. Isso vai manter o dente de uma maneira sem desgaste na boca, o que ajuda muito”, diz José.

Para saber mais: 4 mitos e verdades sobre saúde bucal
Para quem deseja saber mais sobre saúde bucal, o cirurgião dentista Sério Lago, esclarece alguns mitos.

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1) Mascar chiclete faz mal para os dentes?
As versões sem açúcar podem trazer benefícios para a saúde bucal, pois mascar chicletes aumenta a salivação e a saliva equilibra o pH da boca, evitando a ação das bactérias, que encontram mais dificuldade para se fixar nos dentes e fermentar os resíduos alimentares.  As versões açucaradas, por outro lado, devem ficar bem longe.

2) Café mancha os dentes?
Sim, o café pode causar manchas nos dentes em função de seus pigmentos. Assim, após o café vale fazer um bochecho com enxaguante bucal sem álcool, para eliminar resíduos e pigmentos que possam ter se fixado nos dentes.

3) Posso usar a mesma escova de dentes por vários meses?
Trocar a escova de dentes é uma prática muitas vezes negligenciada. O indicado é que a substituição aconteça a cada três meses para garantir eficácia na higiene oral, pois escovas desgastadas não realizam uma limpeza eficiente.

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4) É necessário fazer uso do enxaguante bucal diariamente?
O enxaguante bucal não substitui a escovação e o fio dental. É interessante utilizá-lo sempre que houver recomendação do dentista, para que seu uso seja eficaz.

Leia esta matéria também na Gazeta de S. Paulo

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