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Inteligência artificial: como ela pode impactar o seu trabalho?

Para especialistas, mais do que perdas e ganhos, a inteligência artificial trará transformação para o mercado de trabalho

Gladys Magalhães

Publicado em 17/09/2023 às 07:30

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Ainda que o tema tenha ganhado luz recentemente, a inteligência artificial já convive há algum tempo em nossa sociedade / Pixabay / Sanket Mishra / Creative Commons

Há alguns meses um combinado de letras passou a fazer parte do vocabulário de muita gente: ChatGPT. A ferramenta de inteligência artificial, que a grosso modo, é capaz de realizar atividades criativas, encantou alguns, mas também assustou outros, fazendo com que muitos se perguntem: como fica o mercado de trabalho com a adoção cada vez maior da inteligência artificial?

Segundo estudiosos do assunto, ainda que o tema tenha ganhado luz recentemente, a inteligência artificial já convive há algum tempo em nossa sociedade, podendo ser encontrada em todas as áreas do conhecimento.

“A inteligência artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se concentra na criação de máquinas inteligentes, capazes de raciocinar, aprender e agir de forma autônoma. No nosso dia a dia, ela costuma estar presente em aparelhos de reconhecimento de voz e imagem, na automação de tarefas, na recomendação de produtos e serviços, por meio de algoritmos usados em redes sociais, ou mesmo na área da saúde, automatizando a triagem de pacientes e com a telemedicina”, exemplifica Carla Borges, gestora do curso de Tecnologia em Recursos Humanos do Centro Universitário Max Planck (UniMAX).

Transformação
O aumento da produtividade e a redução de custos ao automatizar algumas tarefas mecânicas e rotineiras estão entre as explicações da adoção cada vez maior da inteligência artificial no mundo do trabalho. Como consequência pode haver perda de emprego, desigualdade, e até mesmo queda nos salários. Contudo, na opinião de Kenneth Corrêa, professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mais do que perdas e ganhos, a inteligência artificial no mercado de trabalho deve ser relacionada com transformação.

“Um dos maiores medos associados à inteligência artificial é a perda de empregos, já que muitas tarefas atualmente realizadas por humanos podem ser automatizadas. Isso pode levar a desigualdades econômicas à medida que alguns empregos desaparecem e outros novos, muitas vezes exigindo habilidades diferentes, são criados. Um argumento que gosto de citar é que as pessoas não vão perder o emprego para a inteligência artificial. Mas as pessoas que não aprenderem a usar a inteligência artificial perderão seus empregos para aquelas que aprenderem” diz Kenneth.

Dentre as carreiras que devem ser impactadas negativamente pela IA, o professor destaca aquelas que envolvem tarefas repetitivas ou baseadas em regras, como manufatura, varejo, transporte e logística, onde muitas tarefas podem ser substituídas por sistemas de IA.

Por outro lado, carreiras que envolvem alta interação humana, empatia e habilidades de comunicação, como trabalho social, psicologia, educação e vendas, devem prosperar, diz ele, visto que ainda há limitações consideráveis no que a IA pode alcançar em termos de interação e compreensão humanas.

“Ao mesmo tempo que algumas carreiras podem diminuir ou se transformar, novas carreiras emergirão em resposta ao crescimento da tecnologia. Haverá uma demanda crescente por profissionais especializados em IA, como engenheiros de dados, cientistas de dados, especialistas em aprendizado de máquina e especialistas em ética em IA. Além disso, muitos empregos não serão substituídos pela IA”, argumenta o professor.

Como se preparar?
Para o engenheiro de software de automação Marcone Medina, docente e membro do Hub Acadêmico do Grupo UniEduK, é importante que as pessoas se preparem para as novas tecnologias.

“Independentemente se é criança, jovem, adulto ou idoso, todos precisam aprender a conviver com a tecnologia e fazer com que essa praticidade e agilidade nos possibilite aumentar nossos skills, para que assim possamos extrair o máximo de diferenciais técnicos que nos coloquem em uma posição diferenciada em relação aos demais profissionais do mercado”, diz Marcone.

Carla concorda e acrescenta ser essencial que as pessoas se livrem de preconceitos para prosperar profissionalmente. “É essencial aprender a trabalhar com a IA, sem preconceitos ou temor para gerar valor na atividade que desempenha. A pessoa pode fazer cursos e participar de workshops sobre o tema, ler sobre o assunto e participar de grupos de discussão. Desta forma, o profissional se prepara para usar a tecnologia a seu favor”, comenta a profissional.

A professora chama atenção ainda para a importância de preparar as novas gerações para o futuro do mercado de trabalho. “Tanto pais quanto professores e educadores devem encorajar as crianças a usar o pensamento crítico, a resolver problemas, incentivando-as por meio de perguntas, explorando a criatividade natural da própria criança. É preciso ainda introduzir, em seu cotidiano, o uso da IA, seja por meio de jogos, de aplicativos e nas atividades educacionais”, finaliza.

Leia esta matéria também na Gazeta de S. Paulo

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