X

Trágico

Desastres naturais atingiram 93% dos municípios nos últimos 10 anos

Mais de 4,2 milhões de pessoas tiveram de deixar as próprias casas

Agência Brasil

Publicado em 27/07/2023 às 19:43

Atualizado em 27/07/2023 às 19:45

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) / Tomaz Silva/Agência Brasil

Entre 2013 e 2022, desastres naturais como tempestades, inundações, enxurradas e alagamentos atingiram 5.199 municípios brasileiros, o que representa 93% do total de 5.570.

Nesses casos, os prefeitos tiveram de fazer registros de emergência ou estado de calamidade pública. Esses desastres afetaram a vida de mais de 4,2 milhões de pessoas, que tiveram de abandonar as próprias casas.

Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O estudo indica que mais de 2,2 milhões de moradias foram danificadas, em 4.334 municípios (78% do total), sendo que 107.413 foram totalmente destruídas.

 “O prejuízo em todo o país de danos em habitação, nesse período de dez anos, ultrapassa R$ 26 bilhões. E os municípios estão praticamente sozinhos, na ponta, para socorrer a população. Não há apoio para prevenção nem investimentos”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

No período de dez anos que o estudo cobre, 2022 foi o que teve os piores números.

Foram contabilizadas 371.172 moradias danificadas ou destruídas.

Antes, 2015 tinha os resultados mais negativos: 325.445.

Quando se consideram os prejuízos financeiros, os anos de 2020 a 2022 juntos representam 70% do total de perdas, ou R$ 18,3 bilhões.

Divisão por regiões

A Região Sul do país teve o maior percentual de casas afetadas: 46,79%.

O prejuízo financeiro foi de R$ 4 bilhões.

No Nordeste, foram 14,88% das habitações impactadas e prejuízo de quase R$ 16 bilhões.

No Sudeste, o problema atingiu 20,98% das casas e custou R$ 4,3 bilhões.

No Norte, o percentual foi de 16,33% e o impacto financeiro de R$ 1,7 bilhão.

No Centro-Oeste, a taxa foi de 1%, com uma perda de R$ 122,3 mil.

Segundo a CNM, a diferença no valor dos prejuízos pode ser explicada por um conjunto de fatores: custos relacionados à reconstrução, preços de terreno e do imóvel.

No caso do Nordeste, que teve as maiores perdas financeiras, uma explicação é que os desastres provocados por chuvas atingiram principalmente municípios litorâneos turísticos.

Investimento habitacional

O estudo da CNM também defende que os impactos sociais e econômicos poderiam ter sido menores se tivessem sido criadas políticas de gestão urbana, habitação e prevenção do risco de desastres.

O órgão diz que o investimento federal nesses últimos dez anos foi muito baixo na área de proteção e defesa civil.

E que houve queda brusca de novos contratos habitacionais por meio de programas como o Minha Casa, Minha Vida.

Contratos de moradias em municípios que estão no cadastro nacional de risco tiveram queda desde 2015 e foram praticamente zerados a partir de 2019.

Nesse ano, houve apenas um registro.

Para efeitos de comparação, foram 884 em 2010.

Os valores investidos também caíram: passaram de bilhões de reais entre 2009 e 2014 para R$ 42 milhões em 2019.

Sobre a pesquisa

Os registros de desastres e danos, segundo a CNM, são enviados pelos municípios desde 2012 por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID).

A plataforma permite que sejam solicitados recursos do governo federal.

Eles podem ser usados para prevenção, resposta aos desastres, recuperação e reconstrução.

Também é possível registrar os desastres em tempo real e pedir que sejam reconhecidos a situação de emergência e o estado de calamidade pública.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Polícia

A ficha caiu! Polícia apreende 10 máquinas caça-níqueis em Santos

Ocorrência aconteceu na Rua Liberdade, no Bairro do Boqueirão

Cotidiano

Projeto do túnel Santos-Guarujá sofre alterações e incluirá o VLT; veja detalhes

Uma das modificações é a inclusão dos trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Veja mais detalhes abaixo.

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter