Brasil

Baixada tem atos em defesa das eleições e contra Bolsonaro

Partidos de oposição e grupos ativistas fizeram neste sábado, por todo o País, a quarta manifestação contra o governo em dois meses

Estadão Conteúdo

Publicado em 25/07/2021 às 11:55

Atualizado em 25/07/2021 às 13:01

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Segundo os organizadores, houve protestos em mais de 300 cidades, entre elas Santos / DIVULGAÇÃO

Continua depois da publicidade

Fechando uma semana politicamente tensa, marcada pelas ameaças do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de que eleições sem voto impresso não seriam aceitas em 2022 - reveladas pelo Estadão - e pela chegada do senador Ciro Nogueira (PP-PI) à Casa Civil da Presidência, partidos de oposição e grupos ativistas fizeram neste sábado, por todo o País, a quarta manifestação contra o governo em dois meses.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Segundo os organizadores, houve protestos em mais de 300 cidades, entre elas 19 capitais. Sob o título #24JContraBolsonaro -, eles pediram o impeachment do presidente e criticaram a gestão da pandemia, a alta do preço dos alimentos e defenderam as eleições de 2022.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Mulheres Negras participam de 'faixaço' para lembrar o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

Em Santos, foi lido na abertura do ato manifesto sobre o Dia das Mulheres Negras Latinoamericanas e Caribenhas e Dia Nacional Tereza de Benguela, data fundamental para o conjunto da sociedade brasileira, que têm na construção social, laboral e cultural das mulheres negras formação das bases civilizatórias que dão vida a esta sociedade e que reiteradamente são objetos de toda sorte de violações de direitos.

"Ocupamos a rua para, mais uma vez,  mostrar nossa indignação com as atrocidades do governo Bolsonaro, contra a privatização dos Correios, contra a Reforma Administrativa. Por todos os pais, mães, filhos e filhas, amigas e amigos que já perdemos para uma doença que já temos vacina", disse Cidinha Santos, do Fórum da Cidadania e da Coalizão Negra por Direitos. "O genocídio negro continua, precisamos enfrentá-lo! Exigimos o expurgo de Bolsonaro da presidência da república do Brasil."

Continua depois da publicidade

Em São Paulo, o ato ocupou parte da Avenida Paulista e foi menor e mais disperso que os anteriores. Todos os 15 quarteirões da avenida foram fechados para carros, mas os manifestantes se dividiram em bolsões entre os 8 quarteirões entre a Consolação e a rua Pamplona. Onze carros de som estavam estacionados em pontos estratégicos. No primeiro, no começo da Paulista, estavam o PSDB, PDT, Cidadania, grupos de renovação de matriz liberal como Livres e Acredito, e outras lideranças.

Bandeiras com o nome de Ciro Gomes e Bruno Covas dividiram espaço com faixas do Solidariedade e movimentos de mulheres. Nos bastidores, os organizadores se esforçaram para evitar um novo confronto entre militantes do Partido da Causa Operária (PCO) e do PSDB, como aconteceu na última manifestação.

O PCO montou uma barraca em frente ao Masp, onde estava seu carro de som que reuniu as principais lideranças. Foi lá que o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o líder do MTST, Guilherme Boulos (PSOL) - os políticos de maior expressão presentes - discursaram. O ex-presidente Lula sequer cogitou aparecer. "Não vamos esperar sentados até 2022. O barco do Bolsonaro começou a afundar, e eles chamaram o centrão para conduzir o barco. Logo ele que na eleição de 2018 dizia que era da fora da política e ia acabar com a mamata", disse Boulos, que também disse esperar que em 2022 o presidente "não esteja na urna, mas no Tribunal de Haia".

Continua depois da publicidade

"O Braga Neto deve estar com medo do que vai acontecer a partir da semana que vem. Quando esse povo estiver vacinado, vamos encher as ruas deste país. São 507 cidades unidas contra o Bolsonaro", disse Haddad em sua intervenção.

À noite, alguns manifestantes entraram em confronto com a Polícia Militar. A PM informou em seu Twitter que algumas pessoas quebraram vidros de uma agência do banco Itaú e tentaram tirar tapumes da frente de uma concessionária da Hyundai, na Consolação.

A Tropa de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo. Alguns manifestantes permanecem na Praça Roosevelt. No início da noite, o governador João Doria (PSDB), disse, em nota: "Condeno o vandalismo nas manifestações de hoje. Quem age como vândalo é tão autoritário e violento como aquele que é alvo do protesto". Segundo ele, a PM de SP "agirá sempre que houver quebra da ordem".

Continua depois da publicidade

Além dos protestos em São Paulo, destacaram-se os feitos no final da manhã no Rio, Brasília, Belo Horizonte e Recife. No Rio, os grupos se concentraram junto ao Monumento a Zumbi dos Palmares, ocupando ao longo de 300 metros as pistas da Avenida Getúlio Vargas. No principal carro de som, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) pediu a prisão de Bolsonaro "por negligência na condução do combate à pandemia". Segundo ele, ,o presidente "não pode apenas ser tirado da Presidência, tem de ir para a cadeia".

Em Brasília, os manifestantes se reuniram no meio da tarde no Museu Nacional e dali marcharam para a Esplanada dos Ministérios, com cartazes dizendo, entre outras frases, "Mais de 520 mil mortes", "Vacina para todos" e "Não tire a máscara, tire o Bolsonaro". Um pixuleco do presidente foi inflado pelos manifestantes.

Em Salvador, o protesto reuniu algumas centenas de pessoas, sob chuva fraca em alguns momentos, entre 10 da manhã e 12h30. No Recife, a concentração começou às 10 horas, na região central da cidade, onde além das bandeiras dos partidos de esquerda havia outras do Brasil, de Cuba e da Palestina. "Essa é a vontade do povão, o Bolsonaro vai pra prisão", dizia um dos cartazes. Houve ainda manifestações em São Luís, onde os manifestantes contaram com a companhia do grupo Evangélicos pelo Fora Bolsonaro - e em Maceió, Vitória, Fortaleza, Aracaju, João Pessoa, Natal, Teresina, Belém, Palmas, Goiânia, Campo Grande, Florianópolis e Porto Alegre.

Continua depois da publicidade

No interior de São Paulo, em cidades como Campinas, Sorocaba, Bauru e Jundiaí, os manifestantes voltaram a protestar pedindo mais vacina, auxílio emergencial de R$ 600 e cobraram dos parlamentares o impeachment contra o presidente. 
 

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software