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Nacional

Advogado do jornalista Marcelo Carrião recorre à Brasília pela soltura

O jornalista chegou a passar apuros no cárcere após ser picado na perna por uma aranha, que acabou se tornando uma ferida preta

Carlos Ratton

Publicado em 19/04/2024 às 11:40

Atualizado em 19/04/2024 às 11:46

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Carrião se encontra preso desde 28 de março, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente, por suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico. / Reprodução

O advogado do jornalista Marcelo Carrião, Marcelo Cruz, disse hoje ao Diário que deu entrada em um habeas corpus (HC) em Brasília, solicitando a revogação de sua prisão preventiva. Carrião se encontra preso desde 28 de março, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente, por suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico.

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O jornalista chegou a passar apuros no cárcere após ser picado na perna por uma aranha, que acabou se tornando uma ferida preta. Após insistência de seu advogado, ele foi medicado “e hoje está bem de saúde”, completou Cruz. Vale lembrar que CDPs não são penitenciárias, mas sim, locais onde ficam os presos que aguardam julgamento.  

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou, em segunda instância, um pedido de liminar (decisão provisória) para conceder o habeas corpus para a soltura do jornalista que foi preso em flagrante. 

Habeas corpus é uma ação judicial para garantir liberdade diante de prisão ilegal. É considerado um remédio constitucional, ou seja, um instrumento processual para garantir a liberdade de alguém, quando a pessoa for presa ilegalmente ou tiver sua liberdade ameaçada por abuso de poder ou ato ilegal.

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No pedido de soltura, Cruz alegou que Carrião é réu primário, tem residência própria e fixa e trabalho lícito. Ele defendeu que não houve fundamentação para a decretação da prisão preventiva, considerando-a “desproporcional”, mas a justificativa foi negada. O advogado já havia informado que o jornalista alegou à Polícia Civil que a droga encontrada era para consumo próprio.

Conforme já noticiado, Carrião foi detido com mais oito suspeitos pela Polícia Civil, em Santos. Na mesma operação, a corporação localizou três estufas de plantação de maconha em uma casa na Rua Joaquim Nabuco, no bairro Vila Matias. O jornalista é citado como “fornecedor” dos entorpecentes na investigação.

A polícia encontrou grande quantidade de drogas e uma balança de precisão, além de um celular com supostas provas do envolvimento com o tráfico. No dia seguinte à detenção, o juízo de direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Santos converteu a prisão em flagrante em preventiva. 

Para a desembargadora Fátima Vilas Boas Cruz, da 4ª Câmara de Direito Criminal, não há dúvida quanto ao envolvimento de Carrião na prática dos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ela concordou com a juíza Thais Caroline Brecht Esteves e avaliou se tratar de um “crime de extrema gravidade”, equiparado ao hediondo.

Segundo a magistrada, ser primário e ter residência fixa não passam da obrigação de qualquer cidadão. Para ela, a soltura também fomentaria o incentivo à impunidade e aumentaria a chance de reincidência do crime de tráfico.

Ao avaliar que o comércio ilícito de drogas incentiva a prática de outros delitos "tão ou mais graves", a desembargadora manteve a prisão cautelar para garantir a ordem pública.

Carrião se formou em jornalismo na Universidade Católica de Santos, em 1995. Trabalhou como produtor e repórter na TV Mar, afiliada à TV Manchete, entre 1993 e 2005, e repórter da Rede Record, entre 2005 e 2011. Conforme divulgado por ele na internet, o último trabalho foi no SBT, como repórter e apresentador de telejornal, entre 2012 e 2024.

Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), Carrião foi detido com mais oito suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na região, em uma operação chamada 'Domo de Ferro'.

A Polícia Civil estabeleceu a operação com o objetivo de prender o grupo, identificado em uma investigação que começou após a prisão de duas mulheres em Santos, no início de fevereiro. A dupla, ainda de acordo com a corporação, era responsável por um 'disk drogas' na cidade. 

Os suspeitos foram identificados a partir da apreensão de um celular encontrado com elas e, no aparelho, de acordo com o a Polícia, foram encontradas diversas conversas de Carrião com uma das mulheres. 

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