A expectativa gira em torno de um produto que suceda os óculos Ray-Ban Stories / Reprodução/Meta
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O futuro da interação digital pode ganhar um novo capítulo nesta semana. Durante a conferência Meta Connect, a gigante das redes sociais deve anunciar uma nova geração de óculos inteligentes equipados com inteligência artificial.
A expectativa gira em torno de um produto que suceda os óculos Ray-Ban Stories, lançados em parceria com a EssilorLuxottica, e que já apresentaram crescimento expressivo de receita no último ano.
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Em julho, o CEO Mark Zuckerberg deixou claro o peso que atribui a essa tecnologia. Em reunião com analistas, ele afirmou que, no futuro, quem não utilizar óculos inteligentes pode estar em “desvantagem cognitiva significativa” em relação a quem adotar o recurso.
A iniciativa da Meta acontece em meio a uma corrida entre gigantes da tecnologia. Samsung, Google, Snap e até a Amazon desenvolvem suas próprias versões, muitas delas com realidade aumentada.
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A expectativa é que essa nova geração supere limitações do passado, como as do Google Glass, lançado em 2013 e rejeitado pelos consumidores devido ao preço alto e pouca praticidade.
Diferente das tentativas anteriores, os avanços em processadores, baterias e câmeras permitem hoje dispositivos mais leves, discretos e acessíveis. Mas é a IA que deve se tornar o diferencial.
Nos protótipos mais recentes, é possível, por exemplo, olhar para um alimento e perguntar ao assistente virtual se ele é apimentado, ou traduzir placas em tempo real apenas direcionando o olhar.
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Relatos da Bloomberg indicam que os novos óculos da Meta poderão vir acompanhados de uma tela para exibir aplicativos e notificações, além de uma pulseira que facilita o controle por gestos.
A empresa também estuda versões mais sofisticadas, como o protótipo Orion, de realidade aumentada.
Zuckerberg, que espera que a nova tecnologia substitua os smartphones em um futuro próximo, define essa aposta como um passo rumo à chamada “superinteligência pessoal”, conceito ainda vago, mas que descreve uma inteligência artificial (IA) capaz de compreender profundamente os usuários, seus objetivos e rotinas.
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Apesar da popularidade crescente, os atuais Ray-Ban Stories apresentam limitações, já que não exibem imagens nas lentes e dependem do aplicativo no celular para repassar as informações.
Para analistas como Guillaume Chansin, da Counterpoint Research, essa restrição pode deixar a Meta em desvantagem diante de concorrentes que apostam em telas integradas.
Mesmo assim, pesquisas indicam que a Meta lidera o mercado de óculos inteligentes. E, segundo Melissa Otto, da S&P Global Visible Alpha, o movimento pode ter impacto semelhante ao dos AirPods da Apple, que transformaram os fones de ouvido em objeto de desejo e mudaram hábitos de consumo.
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A divisão Reality Labs, responsável pelos óculos e pelos headsets de realidade virtual Quest, ainda acumula prejuízos bilionários – cerca de US$ 4,5 bilhões apenas no segundo trimestre de 2025. Mas para a Meta, o valor estratégico compensa.
O objetivo é reduzir a dependência de plataformas controladas por rivais como a Apple e o Google, especialmente no acesso às redes sociais e aplicativos.
Se a promessa dos óculos inteligentes se consolidar, a Meta pode conquistar um espaço inédito: não apenas nas telas dos smartphones, mas diretamente no campo de visão de milhões de pessoas.
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