Mundo

'Grande amigo do Brasil': Lula e políticos brasileiros lamentam morte de Mujica

Ministros, parlamentares e representantes do governo brasileiro prestaram homenagens ao ex-presidente uruguaio em suas redes sociais

Luna Almeida

Publicado em 13/05/2025 às 20:33

Atualizado em 13/05/2025 às 20:50

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Lula classificou Mujica como "a pessoa mais extraordinária" entre os líderes com quem conviveu / Ricardo Stuckert/PR

Continua depois da publicidade

A morte do ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, nesta terça-feira (13), aos 89 anos, gerou comoção entre autoridades brasileiras e reforçou o reconhecimento de seu legado humanista e progressista em toda a América Latina. 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Mujica lutava contra um câncer de esôfago que se espalhou rapidamente, e sua morte comoveu o mundo inteiro.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Morre José 'Pepe' Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos

O Itamaraty, ao anunciar a notícia com "profundo pesar", destacou Mujica como um “grande amigo do Brasil” e um dos principais defensores da integração regional.

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores ressaltou a atuação de Mujica em favor de blocos como o MERCOSUL, UNASUL e CELAC, além de sua trajetória marcada pela busca por uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária. 

Continua depois da publicidade

O texto afirma: “Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas”.

Pepe Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015. Durante seu mandato e além dele, se destacou pela postura simples e coerente com os valores que defendia. 

Em dezembro do ano passado, foi condecorado com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Montevidéu. 

Continua depois da publicidade

Na ocasião, Lula o classificou como “a pessoa mais extraordinária” entre os líderes com quem conviveu.

Ainda segundo o Itamaraty, "o legado de 'Pepe' Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento".

Veja a nota na íntegra:

"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento na data de hoje do ex-Presidente da República Oriental do Uruguai, José Alberto “Pepe” Mujica, aos 89 anos, em Montevidéu.

Continua depois da publicidade

Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época. 

Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas.

Em 5 de dezembro do ano passado, durante visita a Montevidéu, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorou “Pepe” Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros. 

Continua depois da publicidade

Na ocasião, o Presidente da República referiu-se ao ex-Presidente Mujica como “a pessoa mais extraordinária” entre os presidentes com quem conviveu.

O legado de “Pepe” Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações.

Neste momento de dor, o Governo brasileiro estende à viúva Lucía Topolansky e aos familiares do ex-Presidente, assim como ao governo e ao povo uruguaios, seus mais sentidos pêsames e expressões de solidariedade".

Continua depois da publicidade

Repercussão na política brasileira

A repercussão da perda entre lideranças brasileiras foi imediata. Ministros, parlamentares e representantes do governo prestaram homenagens públicas, ressaltando a importância de Mujica para a política latino-americana e seu exemplo de vida voltado ao bem comum.

Fernando Haddad, ministro da fazenda, destaca o "humanismo radical" como o principal legado de Mujica:

"Mujica aliou a coragem à doçura, a luta à compaixão. Deixa um legado de esperança, um convite a um humanismo radical. Meus sentimentos ao planeta Terra."

Continua depois da publicidade

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, escreveu:

“Pepe Mujica foi uma dessas pessoas imprescindíveis para a humanidade. Dedicou a vida ao ideal de um mundo melhor e mais justo. Foi amigo do Brasil e do nosso povo, conquistou a juventude e foi admirado por onde passou. Vá em paz, querido Pepe. Te agradecemos por tudo."

Já a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, lembrou a referência que Mujica representava:

Continua depois da publicidade

“Uma das maiores referências dos nossos tempos. Não só política, mas de humildade e humanidade. Em tempos difíceis, ver a partida de uma figura tão inspiradora é triste.”

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, compartilhou a experiência de ter conhecido Mujica pessoalmente:

“Em poucos minutos de conversa, Mujica nos ensinava mais do que muitos livros. Falava com o coração, com humildade e com um amor profundo pela liberdade e pela justiça social.”

Para Jorge Messias, Advogado-Geral da União, Mujica foi um "símbolo de resistência, simplicidade e compromisso com a justiça social", e seu legado "transcende fronteiras".

O ministro Márcio Macedo afirmou:

“Ex-presidente do Uruguai, Mujica foi símbolo de coerência, simplicidade e compromisso com a justiça social. Tive a alegria e a satisfação de conhecê-lo. Ele seguirá como exemplo de dignidade e ética na vida pública."

Lideranças do Congresso Nacional também manifestaram pesar. O senador Jaques Wagner destacou:

“Hoje o nosso guerreiro precisou descansar, mas o seu exemplo seguirá inspirando as futuras gerações.”

A deputada Jandira Feghali lembrou as conquistas de Mujica no Uruguai:

“Legalizou o aborto, o casamento igualitário e a maconha. Fez do Estado uma trincheira em defesa da dignidade humana.”

Fernanda Melchionna mencionou a luta de Mujica contra o câncer, e o chamou de “símbolo da esquerda na América Latina”. 

Já Sâmia Bomfim exaltou sua atuação durante a ditadura uruguaia e sua defesa do meio ambiente e da ética na política.

Para Duda Salabert, “na sua simplicidade, Pepe Mujica semeou mudanças na América Latina”, e sua vida foi um “exemplo de luta sem tirar o pé de suas raízes”.

A deputada Tábata Amaral também prestou homenagem:

“Mostrou ao mundo que é possível governar com ética, simplicidade e coerência. Viveu como pensava — e isso já é uma forma de revolução.”

Mujica deixa como herança uma trajetória rara de coerência entre discurso e prática, sendo lembrado por muitos como o maior líder humanitário do nosso tempo. Seu exemplo segue vivo nas vozes que ainda acreditam em um continente mais justo, unido e solidário.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software