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Ministros, parlamentares e representantes do governo brasileiro prestaram homenagens ao ex-presidente uruguaio em suas redes sociais
Lula classificou Mujica como "a pessoa mais extraordinária" entre os líderes com quem conviveu / Ricardo Stuckert/PR
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A morte do ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, nesta terça-feira (13), aos 89 anos, gerou comoção entre autoridades brasileiras e reforçou o reconhecimento de seu legado humanista e progressista em toda a América Latina.
Mujica lutava contra um câncer de esôfago que se espalhou rapidamente, e sua morte comoveu o mundo inteiro.
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O Itamaraty, ao anunciar a notícia com "profundo pesar", destacou Mujica como um “grande amigo do Brasil” e um dos principais defensores da integração regional.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores ressaltou a atuação de Mujica em favor de blocos como o MERCOSUL, UNASUL e CELAC, além de sua trajetória marcada pela busca por uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária.
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O texto afirma: “Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas”.
Pepe Mujica governou o Uruguai entre 2010 e 2015. Durante seu mandato e além dele, se destacou pela postura simples e coerente com os valores que defendia.
Em dezembro do ano passado, foi condecorado com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Montevidéu.
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Na ocasião, Lula o classificou como “a pessoa mais extraordinária” entre os líderes com quem conviveu.
Ainda segundo o Itamaraty, "o legado de 'Pepe' Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento".
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento na data de hoje do ex-Presidente da República Oriental do Uruguai, José Alberto “Pepe” Mujica, aos 89 anos, em Montevidéu.
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Grande amigo do Brasil, o ex-Presidente Mujica foi um entusiasta do MERCOSUL, da UNASUL e da CELAC, um dos principais artífices da integração da América do Sul e da América Latina e, sobretudo, um dos mais importantes humanistas de nossa época.
Seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais justa, democrática e solidária constitui exemplo para todos e todas.
Em 5 de dezembro do ano passado, durante visita a Montevidéu, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva condecorou “Pepe” Mujica com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração oferecida pelo Brasil a cidadãos estrangeiros.
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Na ocasião, o Presidente da República referiu-se ao ex-Presidente Mujica como “a pessoa mais extraordinária” entre os presidentes com quem conviveu.
O legado de “Pepe” Mujica permanecerá, guiando todas e todos aqueles que genuinamente acreditam na integração de nossa região como caminho incontornável para o desenvolvimento e na nossa capacidade de construir um mundo melhor para as futuras gerações.
Neste momento de dor, o Governo brasileiro estende à viúva Lucía Topolansky e aos familiares do ex-Presidente, assim como ao governo e ao povo uruguaios, seus mais sentidos pêsames e expressões de solidariedade".
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A repercussão da perda entre lideranças brasileiras foi imediata. Ministros, parlamentares e representantes do governo prestaram homenagens públicas, ressaltando a importância de Mujica para a política latino-americana e seu exemplo de vida voltado ao bem comum.
Fernando Haddad, ministro da fazenda, destaca o "humanismo radical" como o principal legado de Mujica:
"Mujica aliou a coragem à doçura, a luta à compaixão. Deixa um legado de esperança, um convite a um humanismo radical. Meus sentimentos ao planeta Terra."
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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, escreveu:
“Pepe Mujica foi uma dessas pessoas imprescindíveis para a humanidade. Dedicou a vida ao ideal de um mundo melhor e mais justo. Foi amigo do Brasil e do nosso povo, conquistou a juventude e foi admirado por onde passou. Vá em paz, querido Pepe. Te agradecemos por tudo."
Já a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, lembrou a referência que Mujica representava:
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“Uma das maiores referências dos nossos tempos. Não só política, mas de humildade e humanidade. Em tempos difíceis, ver a partida de uma figura tão inspiradora é triste.”
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, compartilhou a experiência de ter conhecido Mujica pessoalmente:
“Em poucos minutos de conversa, Mujica nos ensinava mais do que muitos livros. Falava com o coração, com humildade e com um amor profundo pela liberdade e pela justiça social.”
Para Jorge Messias, Advogado-Geral da União, Mujica foi um "símbolo de resistência, simplicidade e compromisso com a justiça social", e seu legado "transcende fronteiras".
O ministro Márcio Macedo afirmou:
“Ex-presidente do Uruguai, Mujica foi símbolo de coerência, simplicidade e compromisso com a justiça social. Tive a alegria e a satisfação de conhecê-lo. Ele seguirá como exemplo de dignidade e ética na vida pública."
Lideranças do Congresso Nacional também manifestaram pesar. O senador Jaques Wagner destacou:
“Hoje o nosso guerreiro precisou descansar, mas o seu exemplo seguirá inspirando as futuras gerações.”
A deputada Jandira Feghali lembrou as conquistas de Mujica no Uruguai:
“Legalizou o aborto, o casamento igualitário e a maconha. Fez do Estado uma trincheira em defesa da dignidade humana.”
Fernanda Melchionna mencionou a luta de Mujica contra o câncer, e o chamou de “símbolo da esquerda na América Latina”.
Já Sâmia Bomfim exaltou sua atuação durante a ditadura uruguaia e sua defesa do meio ambiente e da ética na política.
Para Duda Salabert, “na sua simplicidade, Pepe Mujica semeou mudanças na América Latina”, e sua vida foi um “exemplo de luta sem tirar o pé de suas raízes”.
A deputada Tábata Amaral também prestou homenagem:
“Mostrou ao mundo que é possível governar com ética, simplicidade e coerência. Viveu como pensava — e isso já é uma forma de revolução.”
Mujica deixa como herança uma trajetória rara de coerência entre discurso e prática, sendo lembrado por muitos como o maior líder humanitário do nosso tempo. Seu exemplo segue vivo nas vozes que ainda acreditam em um continente mais justo, unido e solidário.