Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta segundo processo de afastamento / Shealah Craighead
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A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos começou a discutir nesta quarta-feira (13) o segundo processo de impeachment contra o presidente Donald Trump por "incitar à violência contra o governo dos Estados Unidos" - que culminou com a invasão do Capitólio. O primeiro processo contra Trump não avançou no Senado.
A análise do impeachment ocorre a poucos dias da posse do novo presidente, o democrata Joe Biden, em 20 de janeiro.
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Segundo a petição protocolada pelos deputados, Trump "deliberadamente, fez declarações que encorajaram ações ilegais" e "continuará sendo uma ameaça à segurança nacional, à democracia e à Constituição se for autorizado a permanecer no cargo".
"Incitada pelo presidente, membros da multidão à qual ele se dirigiu (...) violaram a vandalizaram o Capitólio, feriram e mataram equipes de segurança, ameaçaram membros do Congresso, o vice-presidente e se engajaram em atos violentos, mortais, destrutivos e sediciosos", diz o documento.
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A carta cita ainda falas de Trump, como "se vocês não lutarem para valer, vocês não terão mais um país", e menciona os esforços dele para subverter a eleição que perdeu, como o telefonema ao secretário de Estado da Geórgia, a quem pediu que "encontrasse votos" para mudar o resultado, e as reiteradas e infundadas declarações de que a vitória de Biden era resultado de uma fraude generalizada nas eleições.
"Em tudo isso, o presidente Trump colocou gravemente em perigo a segurança dos EUA e de suas instituições governamentais. Ele ameaçava a integridade do sistema democrático, interferia na transição pacífica de poder e colocava em perigo um braço do governo. Com isso, ele traiu sua confiabilidade como presidente, para prejuízo manifesto do povo dos EUA", diz o texto.
O processo de impeachment dificilmente deve conseguir tirar Trump do cargo antes do fim de seu mandato, em 20 de janeiro. O objetivo, no entanto, é outro: impedir que ele concorra novamente à Presidência.
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Nos EUA, o processo de impeachment prevê duas penas: a perda de mandato e a proibição de que o réu volte a ocupar cargos federais, este último a depender de uma votação por maioria simples após a condenação.
A aprovação do pedido de afastamento na Câmara é dada como certa, pois os democratas possuem maioria na Casa: eles têm 222 representantes, de um total de 435. Em seguida, o processo seguirá para o Senado, que salvou Trump do impeachment no ano passado.