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Itanhaém

"Reisado de Itanhaém" leva emoção aos moradores

Tradicional grupo do Reisado está visitando as casas dos moradores até o próximo dia 5 de janeiro

Nayara Martins

Publicado em 01/01/2024 às 11:00

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As visitas começaram em 26 de dezembro e prosseguem até o dia 5 de janeiro / Eloi Marques/Divulgação

Emoção, alegria e fé. Esses são os sentimentos que o tradicional “Reisado de Itanhaém” desperta nos moradores da Cidade ao receberem o grupo em suas casas. Reviver a visita dos três Reis Magos – Gaspar, Baltazar e Melchior ao Menino Jesus é a mensagem que o Reisado leva aos moradores, há mais de 300 anos em Itanhaém.

As visitas começaram em 26 de dezembro e prosseguem até o dia 5 de janeiro. O Dia de Reis é comemorado no dia 6 de janeiro. As saídas acontecem a partir das 23 horas e seguem até por volta das 4 horas da manhã. Este ano, o Reisado vai visitar 120 moradores em diversos bairros.

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Os antigos moradores já ficam aguardando em suas casas o grupo com a bandeira do Reisado.

A professora aposentada Silene Machia, no bairro Vila São Paulo, é uma dessas moradoras. 

“Não sou Itanhaense de nascimento, mas esta é a Cidade em que passei minha infância e criei raízes. Lembro de quando era criança e chorava para que minha mãe fosse chamar a comitiva que cantava na porta da casa vizinha, para que viesse trazer o “Reisado” em casa”, recorda.

“Hoje, após quase 60 anos do primeiro Reisado que vi, sinto-me feliz por receber o grupo mais uma vez em minha casa. É uma festividade que agrega a tradição cristã da visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus e incorpora o Reisado de Itanhaém. Eles passam desde a madrugada do dia 26 até o dia 6 de janeiro e acordam os moradores antigos da Cidade com a tradicional canção “Acordai se estais dormindo”, destaca.

E completa “receber o grupo do Reisado de Itanhaém em casa me proporciona um sentimento de pertencimento a esta Cidade rica em história, cultura, tradição e fé”.
      
Ritual nas casas

Por volta das 23 horas o grupo se reúne e sai em caminhada para visitar as casas. Existe um roteiro que não é divulgado e que, às vezes, sofre alterações em dias e horários, O elemento surpresa da visita é cultivado para melhor dar sentido ao “acordar” ou ao “vimos dar as boas- vindas”.  

Diante da casa, em silêncio, alguém anuncia a chegada com palmas ou por campainha e, em seguida, o puxador inicia o canto com versos da “entrada” e do “pedido de prendas”, acompanhado do coro e dos músicos. 

Somente ao terminar o canto, o dono da casa deve acender a luz e abrir a porta, quando os Reis se apresentam e ofertam o “incenso, o ouro e a mirra”, representados por conchas e folha de peguassu, e a mensagem escrita. 

A Bandeira, que sempre está à frente do cortejo, é passada às mãos de quem atendeu, que a beija com devoção e a leva para abençoar os cômodos da casa. A família doa uma prenda ou faz uma oferta em dinheiro. 

Ao encerrar a visita, o Reisado canta os versos de “agradecimento e despedida” e sai em direção a uma nova moradia. Em algumas casas acontece a acolhida, quando o grupo é convidado a entrar e lhe é servido um lanche.   

História 

 De origem portuguesa, ligado ao início da Vila Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém e voltado aos moradores do centro da Cidade, o Reisado de Itanhaém era constituído por um pequeno grupo só de homens.
 
Na sua maioria eram instrumentistas de sopro, como os tocadores de tuba, do bombardino e do trombone, que juntos com o puxador e o coro, acordavam os moradores nas madrugadas do início de janeiro. O grupo preparava a chegada do Dia de Reis (6 de janeiro) e arrecadavam prendas para a Festa de São Sebastião realizada na Cidade. 

Por muitos anos, essa foi a marca dos Reis de Itanhaém que anunciava com o “Acordais se estais dormindo” e dava as boas-vindas ao ano que iniciava. 

Hoje já surgiu a Bandeira do Reisado, camisetas, mensagens, figurantes representado os Três Reis Magos e suas prendas com a simbologia caiçara – as conchas e as folhas de peguassu. O grupo conta ainda com a participação de mulheres, jovens e crianças.

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