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Itanhaém

Aprender a aprender: os novos caminhos da educação

A modernidade e a participação cada vez mais forte de diversos recursos tecnológicos na rotina das crianças, no entanto, contribuem para que os alunos da geração Z não se identifiquem mais com esse modelo formal de ensino.

Rafaella Martinez

Publicado em 29/04/2018 às 15:48

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O aluno precisa ser preparado para aprender a aprender, uma vez que o conhecimento está todo disponível / Rodrigo Montaldi/DL

Um dos mais aclamados educadores brasileiros, Paulo Freire defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a “ler o mundo” para poder transformá-lo. Passados 21 anos de sua morte, o ensino regular pouco se modernizou: o sistema tradicional de educação segue tendo o professor como a figura responsável por ensinar e passar o conteúdo aos alunos, que serão avaliados por meio de provas e trabalhos. 

A modernidade e a participação cada vez mais forte de diversos recursos tecnológicos na rotina das crianças, no entanto, contribuem para que os alunos da geração Z não se identifiquem mais com esse modelo formal de ensino.

Em artigo intitulado ‘Repensar a Escola’, o ex-secretário de Educação do Estado de São Paulo, José Renato Nalini, destacou que, por mais paradoxal que possa parecer, o uso de novas tecnologias e os avanços da ciência influenciam diretamente no lado humano, sendo necessário cada vez mais atuar com capacidade de interação, comunicação, empatia, visão sistêmica, adaptabilidade e flexibilidade, competências nem sempre exploradas no ensino convencional.

“Por isso, a escola tem de ser reinventada. O aluno precisa ser preparado para aprender a aprender, uma vez que o conhecimento está todo disponível e o estudante precisa ser estimulado a acessá-lo. Incentivado a pesquisar, a coletar, a discutir, a analisar e a chegar a conclusões que podem vir a ser modificadas em seguida”, afirma.

Para além da tecnologia, novas formas de pensar a educação têm tido destaque em escolas de rede pública e particular de ensino. Em Itanhaém, por exemplo, o chamado modelo empírico está ganhando contornos tecnológicos dentro do programa ‘Aprendizado do futuro’: lousas digitais, tablets, salas de informáticas e aulas de robótica já integram o currículo de 36 das 51 escolas públicas da cidade. 

No Jardim Suarão, a Escola Municipal Professora Dalva Dati Ruivo foi uma das primeiras unidades a trabalhar com um dos quatro recursos e que é considerada um modelo que deve ser expandido para aos demais estabelecimentos da cidade, de acordo com o Plano Municipal de Educação.

“Os professores apenas fazem o agendamento com antecedência na secretaria da escola e já preparam suas aulas pensando no melhor recurso a ser usado. Temos notado um retorno incrível dessa forma mais dinâmica de ensinar: essas crianças e adolescentes que são da geração Z se comportam mais em sala, se interessam mais e absorvem de forma mais plena o conteúdo”, conta a diretora Alessandra Martins Bento.

Entender e formar a criança para além do sistema conteudista. Na visão da assessora pedagógica Soraya Rodrigues Sales, é possível e necessário diversificar a forma de ensinar para crianças que possuem outras carências e vivencias.

“Hoje trabalhamos muitas vezes com aulas inversas: o aluno chega com uma questão e o professor em sala, tendo inúmeros recursos tecnológicos em mãos, consegue se aprofundar nela”, conta.

As mudanças na grade curricular da cidade parecem estar fazendo a diferença: a média de Itanhaém no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) - que é o principal indicador para medir a qualidade do ciclo básico do ensino brasileiro - superou a nacional e já ultrapassou a meta de 2019.

Para lidar com as novas formas de ensinar, os docentes precisaram voltar para sala de aula e aprender a lidar com os recursos. “Passamos por uma formação e somos também multiplicadores. Tem sido muito bom contar com esses recursos, pois se o aluno não entende uma forma ele pode compreender de outra”, destaca Alex Borges, professor de ciência.

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