Guarujá

Prefeitura de Guarujá justifica retirada de coqueiros da Avenida dos Caiçaras

Primeiro trecho da ciclovia no corredor viário cruza os bairros Jardim Las Palmas e Astúrias

Carlos Ratton

Publicado em 03/09/2025 às 06:40

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A retirada dos coqueiros marca o início das obras do primeiro trecho da ciclovia no corredor viário / Matheus Marques

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A Secretaria de Meio Ambiente de Guarujá esclarece que a remoção dos 36 coqueiros, realizada recentemente na Avenida dos Caiçaras, ocorreu com base em critérios técnicos, legais e de segurança. A satisfação pelo ato ocorre por conta da crítica de pessoas que circulam pelo entorno da via, entre elas o educador e ambientalista Matheus Marques, membro da Frente Ambientalista da Baixada Santista (FABS), que entraram em contato com a Reportagem.     

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A retirada dos coqueiros marca o início das obras do primeiro trecho da ciclovia no corredor viário que cruza os bairros Jardim Las Palmas e Astúrias. A fase inicial começou dia 29 e tem 756 metros de extensão, contemplando o trecho entre a Avenida Gino Fabris e a Rua Nelson Horácio da Conceição.

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Segundo a Prefeitura, grande parte dos exemplares apresentava idade avançada e comprometimento fitossanitário, com risco de queda de troncos, folhas e frutos. Essa condição poderia causar acidentes, sobretudo em áreas de grande circulação de pedestres e ciclistas.

Além disso, explica, os coqueiros não são considerados espécies adequadas para a arborização urbana, conforme legislação específica, uma vez que não oferecem sombreamento e apresentam riscos adicionais pela queda de frutos. Sua utilização em espaços públicos é restrita a funções paisagísticas em orlas marítimas.

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A Prefeitura também ressalta que o transplante dos exemplares foi descartado após análise técnica, pois, além da inviabilidade em muitos casos devido ao estado das árvores, o custo seria significativamente superior ao do plantio de novas espécies.

Como medida compensatória, serão plantadas aproximadamente 146 novas árvores, número mais de três vezes superior ao de coqueiros removidos, priorizando espécies adequadas para a arborização urbana, que oferecem sombreamento, segurança e qualidade ambiental à população.

“Ressaltamos que todo o manejo arbóreo realizado pela Prefeitura conta com avaliação criteriosa de especialista em arborização urbana, assegurando decisões fundamentadas na legislação (lei complementar 161/2014, art. 35, parágrafo 1º e demais artigos) na técnica e no compromisso com o bem-estar coletivo”, informa a Administração em nota.

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Ambientalista

Marques diz que existe espaço suficiente ao lado da calçada central para a passagem da ciclovia   / Matheus Marques

“Concordo que a obra visa dar mais sustentabilidade, mobilidade no trânsito, segurança para o ciclista e motorista. Mas, em contrapartida, meteram o machado, passaram o trator por cima de dezenas de coqueiros sem piedade, sem dó, que foram plantados lá no início dos anos 70 do século passado. Também tem árvores nativas no canteiro central”, afirma o educador. 

Marques diz que existe espaço suficiente ao lado da calçada central para a passagem da ciclovia e que nenhum projeto foi apresentado para a remoção ou replantio em alguma praça ou nas 27 praias de Guarujá. 

“Alguém apresentou alguma proposta para fazer o replantio dessas espécies? Os coqueiros que estão ali são considerados árvores também, são seres vivos, merecem respeito. Uma cidade que foi reconhecida, que conquistou um selo, que é a cidade amiga das árvores pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, deveria repensar certas atitudes”, lembra. 

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O ambientalista tem dúvidas em uma possível compensação. “A alegação é que vai ter compensação ambiental com mais de 140 árvores. Compensação ambiental de mudas que podem nem vingar. Mudas de um metro e meio a dois metros, em vez do replantio de árvores adultas”. 

Seis meses

A primeira fase das obras da ciclovia durará seis meses, enquanto as licitações dos outros trechos são homologadas. Neste trecho, a ciclovia será bidirecional e construída no canteiro central das vias, sendo que a estrutura atual será demolida. 

O valor investido foi de R$ 1.094.000,00, sendo R$ 919.444,80 de convênio firmado com a Secretaria de Governo e Relações Institucionais (SGRI) do Governo do Estado e mais R$ 175.205,20 de contrapartida da Administração Municipal.

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O principal objetivo das três fases do plano é a conexão entre a Avenida Adhemar de Barros e o bairro Guaiúba. A viabilização do início das obras aconteceu por meio da Secretaria de Infraestrutura e Obras (Seinfra). 

A Administração destaca que a obra era prioritária, representando o fim da espera por algo desejado há tempos pelos munícipes. Alega que a intervenção representa maior segurança para as centenas de veículos, pedestres e, em especial, ciclistas que passam pela Avenida dos Caiçaras diariamente e que o modal cicloviário é o principal do Município.

Setenta

A Prefeitura ressalta que o início das obras da ciclovia da Avenida dos Caiçaras vem reforçar a estrutura da malha cicloviária de Guarujá, que já conta com mais de 70 quilômetros, distribuída na orla das praias e nas principais avenidas, incluindo o Distrito de Vicente de Carvalho.

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Para a execução dos serviços, a Avenida dos Caiçaras não foi interditada para veículos, já que a obra acontece dividida em trechos. A Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) está sinalizando a proibição para estacionamento somente nos pontos onde a obra estiver acontecendo.

Posteriormente, a Semob será responsável pelas sinalizações vertical e horizontal da ciclovia, que contempla pintura de solo, placas e pequenos postes. A pasta atua para expandir a malha cicloviária para a conexão de todas as regiões da Cidade.

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