Esportes
Falando a um grupo de jornalistas em São Paulo, o secretário-geral da Fifa insistiu que não existe outra forma de garantir o acesso ao estádio que não seja pelo metrô
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O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou que "não existe plano B" em relação ao transporte dos torcedores para Itaquera, para o jogo de abertura da Copa do Mundo, e que, portanto, a greve terá de terminar. Falando a um grupo de jornalistas em São Paulo, Valcke insistiu que não existe outra forma de garantir o acesso ao estádio que não seja pelo metrô.
Nos últimos dias, o Ministério dos Esportes e o próprio Valcke haviam indicado que haveria um plano para servir de alternativa diante de uma eventual paralisação no dia da abertura da Copa do Mundo. Valcke chegou a dizer na quinta-feira que "tudo estava sob controle".
Na manhã desta segunda-feira, 9, antes de reconhecer que a única opção era o final da greve, Valcke ainda mantinha um tom de otimismo. Ele chegou a dizer que a manifestação não teria impacto na abertura. Há poucos dias, o presidente eleito da CBF, Marco Polo Del Nero, classificou a greve como "um probleminha pequeno" e sugeriu que, se o metrô não funcionasse, torcedores deveriam ir ao estádio de Itaquera de "ônibus ou carro".
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Mas, no final da tarde de ontem, o tom era de resignação. "Não podemos interferir em um assunto interno do Brasil", explicou. O desabafo sobre a inexistência do Plano B veio depois de dias de negociações. Mas, nos bastidores, membros da equipe responsável pela segurança da Copa disseram ao Estado que, se a greve for mantida, o temor é de que "sérios problemas" sejam enfrentados pelos torcedores. "Será um pesadelo se isso continuar", declarou o responsável, em condição de anonimato.
A Fifa não escondia seu alívio quando o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) declarou, no domingo, a ilegalidade da greve. Mas se surpreendeu quando o sindicato decidiu manter a paralisação. José Maria Marin, presidente da CBF, admitiu sua preocupação. Mas garantiu que a greve não vai impedir a Copa. "Não vou dizer que eu estou contente com a greve. Preocupa a todos. Mas com o futebol eu estou totalmente tranquilo", disse. "Jogamos contra a Sérvia em um dia de chuva e de greve e, mesmo assim, tínhamos 67 mil pessoas no Morumbi. Se o estádio tivesse capacidade para 150 mil, seriam 150 mil torcedores."