ELEIÇÕES NO PEIXE

SAF com Santos no comando é objetivo de Ricardo Agostinho

Em entrevista concedida à Reportagem do Diário do Litoral, realizada na última quarta-feira (29), o candidato esmiuçou planos e projetos para diversas categorias

Igor de Paiva

Publicado em 04/12/2023 às 09:05

Atualizado em 04/12/2023 às 11:32

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Ricardo Agostinho é candidato nas eleições do Santos Futebol Clube / DIVULGAÇÃO

"O planejamento para série A e série B já tinha sido montado, nós começamos em abril a trabalhar. É importante sempre ressaltar isso. É porque tem candidato que saiu semana passada e não tem nada, não sabe nada. Então a gente tem um planejamento já feito há muito tempo, desde abril".

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É dessa maneira que Ricardo Agostinho define a sua trajetória pela eleição ao cargo de presidente do Santos Futebol Clube. O evento, que define a vida do alvinegro para o próximo triênio, acontece no próximo sábado (8).

Em entrevista concedida à Reportagem do Diário do Litoral, realizada na última quarta-feira (29), o candidato esmiuçou planos e projetos para diversas categorias, como o destino do atacante Marcos Leonardo e a possibilidade da criação de  Sociedade Anônima de Futebol (SAF).

DL- Existe um planejamento em caso de rebaixamento do clube para a segunda divisão do campeonato brasileiro?

Ricardo Agostinho -  O planejamento para a série A e B já tinha sido montado, nós começamos em abril a trabalhar. É importante sempre ressaltar isso. É porque tem candidato que saiu semana passada e não tem nada, não sabe nada, etc. Então a gente tem um planejamento já feito há muito tempo, desde abril. Se acontecer [rebaixamento], o que eu acho muito pequeno, menos de 10% de chance, a gente tem uma programação  pra fazer o time continuar forte e disputar um paulista em altíssimo nível e se tiver o caso buscar, mas eu não acredito nisso.

DL- E como seria esse planejamento para a série b de 2024? Pode dar mais detalhes sobre isso? 

R.A. - Você tem desde o  treinador, desde elenco você tem que  trabalhar muito o elenco, nós temos um elenco grande e caro que não está dando resultado positivo.  Então a gente vai rodar muito esse elenco. Isso tem que ficar muito claro pra todo mundo. Tem muito atleta que é muito bom, mas não deu certo no Santos, acontece. Então o que que você faz? Você coloca esse atleta, esse ativo do clube, no mercado. É importante você ter ele no mercado, é importante você poder fazer troca, você fazer venda. Literalmente o clube precisa melhorar a qualidade. Então a gente vai ter algumas contratações importantes para esse paulista pra chegar entre os quatro. Isso é muito importante. Ser campeão é uma consequência de você estar perto disso. Então se você está na semifinal sua chance de ser campeão é muito maior do que se você cair na fase de grupos como o Santos cai sempre nesses últimos três anos. Então a gente está trabalhando, falando com o atleta, falando com o empresário do atleta para ter realmente um elenco montado, preparado para entrar forte no Paulista. Aí chega no brasileiro, a gente vai disputar a série A, eu tenho certeza. Temos que melhorar a qualidade porque do Paulistão para o brasileiro tem um salto de qualidade muito grande.

O nível técnico muda. Então no meio do ano teremos alguns bons atletas com final de contrato. Que não serão caros, serão acessíveis. Alguns já conhecem o santista que a gente vai buscar. E estamos trabalhando já em cima disso. Então a gente se sente confortável em dizer que vamos ter um paulista muito bom e um brasileiro que nós vamos disputar pra chegar nos quatro. Tá? Também ele tem que chegar na Libertadores. Que seja quinto, que seja até uma pré. Mas a gente tem que estar lá. Então é importante que isso aconteça. E não tem pra onde a gente fazer diferente. A gente vai disputar o paulista com o viés muito forte do clube, do futebol. O Santos deixou o futebol de lado nesses três anos e não é só ter passado dificuldade pra cair, passar dificuldade com receitas. Ele não ganhou nada. Ele não faturou dinheiro. Porque não é só arrecadação no estádio, é premiação. Hoje o que mais paga são as premiações.  Ta aí o São Paulo que colocou, entre a arrecadação e premiação, mais de R$100 milhões no bolso pela Copa do Brasil. Enquanto o Santos não chegou a dez porque caiu de cara, caiu na terceira, quarta fase. Então a gente tem que  voltar a ser futebol clube. Essa direção que teve aí criou um manual de regras de como não fazer um clube de futebol. Ou seja, de todas as maneiras que o Santos pode ganhar dinheiro, que o Santos pode aparecer na mídia, que pode impulsionar a marca, é que pode melhorar o plano de sócio, ela deixou de lado. E aí vendeu um monte de menino bom antes da hora, por valores irrisórios e contratou jogadores ruins, quarenta e sete contratações de péssima qualidade na maioria. É que a gente vai literalmente trabalhar com esses ativos para reinserir eles no mercado de uma maneira que o Santos não fique com eles parados. Então a gente precisa muito é de ter um trabalho de inteligência do futebol que não foi feito nesses três anos é tudo foi muito aleatório. Contratavam pessoas para ser diretor de futebol como o Falcão que não tinha nenhuma qualificação para tal. Pegou um cara como o Chumbinho que é um cara ultrapassado há vinte anos com métodos  muito arcaicos e literalmente aquele da daquela época dos amigos dos amigos. Então  você profissionalizar o futebol é a única maneira de sobreviver. Isso passa diretamente por resultados e premiações que é o que a gente vai fazer em 2024 

DL- Olhando para o ano que vem, o Marcelo Fernandes é do gosto do senhor?
R. A. -
Olha, o  Marcelo Fernandes pegou um elenco que não é dele. Mesmo assim está aí conseguindo fazer um trabalho. O Santos, depois que ele assumiu, teria uma situação muito melhor no campeonato com ele desde o começo. Então a gente tem que respeitar o trabalho dele, vamos esperar o término do campeonato, sentar com ele, pegar os relatórios dele, ver o que ele fala dos jogadores, ver a análise dos jogadores e entender o que ele quer também. Não adianta eu falar pra você que eu pensaria que o Marcelo ficasse por Paulista eu acho que aí ele teria chance de participar da montagem do elenco, ter tempo de treinar, né? Fazer uma pré-temporada e de repente não é o sonho dele. o Galo, por exemplo, é um cara que está fazendo um trabalho pra mim também muito bom e já tem proposta pra outros clubes. Precisamos entender tanto o Galo e o Marcelo o  que eles querem. Terminou o campeonato, vamos sentar. Se for no interesse deles, vamos tentar conversar e ver o que é melhor para todo mundo. Mas eu tenho que ser muito grato ao trabalho de ambos porque, sem dúvida alguma, sem ele o Santos teria caído.

DL- Dentro da tabela de classificação, o clube tem rivais que vivem e pagam as contas como SAF. Existe o pensamento de transformar o clube em uma?

R.A. -  A questão da SAF é importante. A gente já está trabalhando isso desde abril, mas a SAF que a gente fala não tem nada a ver com com o Cruzeiro, com o Vasco, Botafogo.  A SAF que a gente fala é primeiro a gente quer um modelo parecido com o de Fortaleza e outros clubes pelo Brasil em que o clube faz a sociedade anônima do futebol mas continua sendo dono de 100%. E aí, ele a usa para capitalizar no mercado. Ele vai fazer empréstimos bancários pagando taxas menores, ele vai fazer captação de recursos com investidores a juros e condições melhores. Está certo? E vai dar um pedaço dessas SAFs como garantia, vai pagando e integraliza. Depois de algum tempo, o Santos volta a ter credibilidade no mercado, porque hoje o Santos não tem credibilidade. Voltar a ter credibilidade. E aí o modelo alemão, o modelo igual do Bayern, que ele vendeu 25% e continua sendo responsável direto pelo futebol, pela administração, é um modelo que agrada. Você tem que reconstruir a ponte com o sistema bancário, com o sistema financeiro e com a credibilidade de mercado. Agora, esse modelo do Bayern, ele é muito bom, ele tem três parceiros que são patrocinadores do clube também, injetaram um valor e a consequência é que o Bayern hoje é hegemônico na Alemanha. O Bayern hoje é fortíssimo nos europeus e tem tido superávits muito bons, e então é isso que a gente pensa pro clube. É vender mais de 50%? Jamais. Em nenhuma hipótese passa isso pela minha cabeça. Isso não vai acontecer. Eu sou da opinião que nunca vai poder deixar um 'sheik' ou um grupo de investimento tomar conta do clube porque a gente vai ser igual ao Botafogo, tem um jogador bom que o pega e leva embora leva pra França, leva pra Inglaterra, acabou. Ou o Cruzeiro leva pra Espanha ou o Vasco que pega investidor lá que não sabe nem o que está fazendo. Isso aí não funciona. Você pega um Sheik bota um R$ 1 bilhão, passa dois, três anos, ele enjoa do brinquedo porque tem muita encheção de saco, tem muita cobrança e aí o que que vai ser do clube? Então, não, o Santos tem que ser gerido pelos seus sócios e pelo seu 8 milhões de torcedores, é isso que a gente vai fazer. É isso que a gente vai deixar de legado pro próximo presidente, tá? Um clube que seja estável, que consiga se capitalizar com rapidez, uma nova arena, com centro de treinamentos novos, uma base linear, mas principalmente ele precisa ser sadio, ele não precise ser vendido, que não seja uma pessoa estranha que assuma o clube e nenhuma hipótese. O Santos é dos santistas.

DL- A pouco tempo, a empresária Rafaela Pimenta comentou sobre o interesse do mercado europeu em Marcos Leonardo. Como você enxerga essa possibilidade? 

R. A. - Eu vejo com apreensão e espero ainda ter tempo de sentar com ele e objetivar um plano de carreira. Um plano que tenha gatilhos com aumento salariais que, quando ele chegar na seleção, ele vai chegar porque ele vai pra Olimpíada, vai ser titular com certeza. Que a gente tenha possibilidades de usar os direitos de imagem dele pra vender mais camisa, pra fazer ações com os nossos torcedores e aí pra ele daqui dois, três anos, seja vantajoso ele ir embora numa situação em que ele é uma estrela, em um time campeão e aí ele vai jogar num time do tamanho que ele merece, em um Real Madrid, que é do tamanho do Santos, em um Milan, que é do tamanho do Santos,. E não jogar em time médio da Europa. Ou ele sai duma camisa gigante, que é do Santos, para um time grande, igual, ou fica tranquilo aqui ganhando bem, ganhando títulos. Se não der tempo de fazer isso com ele, se ele realmente não abrir mão, até porque tem a história lá de 18 milhões livres do Santos, ele pode ir embora. Vamos trabalhar. Já é um projeto como esse pros meninos que começaram a despontar e pros atletas que se destacarem. O Joaquim, por exemplo, está sendo muito sondado, tem que ser bem cuidado, tem que ser bem tratado. É um cara que a gente tem interesse em manter no clube.

DL- Não existe a chance dele ficar no Brasil com a camisa de outro clube?

R.A.-  Ah, não, sem dúvida alguma. A nossa postura é de, ou ele faz um acordo, com a gente para esse modelo de contrato com esses gatilhos ou realmente vai para um time de ponta da Europa. E não faz sentido, ele jogar em time pequeno com todo respeito, jogar em Newcastle ou qualquer coisa assim. A gente precisa ter um atleta focado, que precisa entender que o Santos é o ápice da carreira em times tão grandes quanto, mas que não vai jogar em time maior. Então pra que ele vai jogar no Almeria? Pra que ele vai jogar no Braga? Ele tem que jogar lá em times iguais, no Real Madrid, Barcelona, Milan, times iguais do Santos. Diferente disso não é bom pra ele e financeiramente não vai ser tão diferente porque a gente tem planos que se ele se esforçar, se ele se dedicar ele vai ganhar muito bem, vai ajudar muito o clube.

DL-  Tem um plano B caso ele vá para Europa?

Ricardo Agostinho - Sim, a gente já está sondando jogadores porque a gente não vai começar a trabalhar dia 2 de janeiro. Nós vamos começar a trabalhar dia 11 de dezembro na transição. Então a gente já tem visto jogadores, falado com empresários de alguns jogadores. O campeonato acaba agora no começo de dezembro e já começa forte esse trabalho de reestruturar o time.  Vamos aproveitar muitos jogadores, só não vai ter mais ou menos cinco jogadores na representação. Vamos trabalhar eles no mercado, vamos inseri-los e vamos usar alguns com moeda em troca para qualificar melhor o nosso elenco.

DL - O Santista tem um sonho de prestigiar o time em um estádio novo. Como a sua gestão encara?

R.A. -  Olha, aquele primeiro modelo da WTorre, de 2018, com domo, era excelente. A gente quer conversar com a WTorre, a gente já tem falado informalmente, porque eu não tenho autorização pra falar em nome do clube, mas eles têm conversado e é do nosso interesse retomar aquele projeto. Se aumentou os materiais de construção, etc. A gente chega num acordo de percentual, por um período, abre mão um pouquinho do rendimento que a gente teria lá nos eventos, não nos jogos, o jogo, a bilheteria é do Santos. A gente ajuda a empresa a construir aquele primeiro projeto, que é uma ideia excelente que vai ser muito bom pra Baixada Santista. 

DL - E não se preocupa em começar o Paulistão sem a Vila Belmiro?
R.A. -
Não, não preocupa. Com o Campeonato Paulista a gente vai começar no Pacaembu, aliás, vamos começar na Vila porque ainda há algumas autorizações. Depois de um, ou dois, meses vamos jogar no Pacaembu e jogos grandes no Morumbi, porque a torcida do Santos é gigante. E pontualmente de acordo com a comissão técnica alguns jogos no norte do Paraná, no interior de São Paulo, nesse período que a arena esteja sendo construída. Terminou? Vamos jogar prioritariamente na arena mas nunca deixando de jogar em São Paulo. Vamos sempre ter jogo em São Paulo. 

DL - Aproveitando o assunto, como você pretende potencializar a garotada da base?

R.A. - O Santos tem dois pontos importantes. As embaixadas têm poucas, precisamos de ao menos de 500. A gente vai trabalhar muito para facilitar isso. Elas são muito importantes e podem fazer intercâmbio com clubes locais para o Santos enviar olheiros para peneiras e as escolinhas do Santos são importantíssimas. A própria escolinha é um canal pra você trazer novos atletas, ela mesmo vai dar feedback para o clube se tem menino bom aparecendo.

DL -  E por fim, qual recado você tem para a atual gestão?

R.A - Sim, se você ainda não fez a transferência por votar online e não vai poder ir à Vila Belmiro no dia Nove, por favor, entre o mais rápido possível no site do Santos. Faça a opção por votar online e vote no conforto da sua casa. Lembre-se de votar na Chapa 1. Eu e o Ricardo Ivan estamos fazendo um trabalho muito sério, a gente está trabalhando forte desde abril, levando o Santos a sério. A gente não entra na semana de eleição achando que temos nome porque 30 anos atrás nós fizemos um trabalho que foi bem em alguns momentos e péssimos em outros. A gente ganha com trabalho, a gente ganha entendendo o Santos Futebol Clube e trabalhando muito o futebol e formas de melhorar o clube. Tanto no plano de sócio, como captação de recursos, como Marketing Place, cartão de crédito e débito pro associado e tantas outras coisas que a gente tem feito. Então quem não conhece por favor entre em nosso site www.ricardopresidente.com.br, conheça nossa plataforma, conheça as maneiras que a gente pensa em capitalizar o clube sem precisar ficar vendendo menino.

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