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O Palmeiras saiu da mesmice dos treinadores brasileiros e resolveu apostar em Ricardo Gareca, de 56 anos, que é atualmente um dos melhores da Argentina para construir e comandar um time sem muitos recursos. Pelo menos na teoria, o que um tem o outro precisa e vice-versa. O acerto aconteceu nesta quarta-feira, mas em comum acordo resolveram adiar o anúncio oficial.
Gareca receberá R$ 200 mil mensais fixo, mais bônus, e trará dois auxiliares. Sua apresentação deve ficar para segunda-feira. Ele tem boas chances de ir para Araraquara (SP), onde a equipe encara o Figueirense nesta quinta e no final de semana volta para a Argentina para avisar ao Racing sobre a sua decisão e resolver algumas questões particulares. Por isso o acordo não foi oficializado, já que ele havia garantido para o clube argentino que não fecharia com o brasileiro antes de voltar a falar com eles.
Nesta quarta, ele chegou ao Brasil para conhecer o clube e assinar contrato. A mulher, que não queria vir para o Brasil, parece ter sido convencida. "Minha família não tem nada a ver. Ela me apoia em qualquer decisão que eu tomar e vão estar comigo quando eu decidir", disse o treinador.
Após aposentar como jogador, Gareca assumiu o Talleres em 1996 e já conquistou o título da Série B do Campeonato Argentino. Em 1999, foi campeão da Copa Conmebol. Depois teve passagens por Independiente, Colón, Quilmes, Argentinos Juniors, América de Cali e Independiente Santa Fé (ambos da Colômbia) e Universitario, onde foi campeão peruano em 2008.
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Em 2009, quando assumiu o Vélez Sarsfield, ele pegou um time em reformulação e sem dinheiro para grandes investimentos. O ponto principal e que foi fundamental para conquistar a diretoria alviverde é o fato dele trabalhar muito bem com as categorias de base e ter a capacidade para montar elenco competitivo sem grandes recursos.
No Vélez Sarsfield, foi campeão argentino em 2009 e vice em 2010 No ano seguinte, ficou em terceiro na Copa Libertadores e mais uma vez conquistou o torneio nacional. O casamento com o time argentino ficou estremecido por culpa de um clube brasileiro. Na Copa Sul-Americana do ano passado, ele foi surpreendido e eliminado pela Ponte Preta nas quartas de final.
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No Palmeiras, a maioria aprovou a contratação, mas alguns desconfiam que ele não conhece o futebol brasileiro. "Conheço o suficiente e terei tempo para conhecer mais", avisou.
Além da questão financeira, já que no Racing ele ganharia cerca de R$ 160 mil, outro ponto determinante para aceitar o convite do Palmeiras é a vontade de brilhar também no Brasil. "O futebol brasileiro é muito competitivo e seria importante e muito bom para mim trabalhar aqui", disse o treinador.
Sem pressa
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A diretoria não tem pressa para ver Gareca no banco Alberto Valentim será o treinador interino contra o Figueirense e tem boas chances de ser também neste domingo contra a Chapecoense, em Santa Catarina. A ideia é que Gareca assuma só na segunda, até por não ter muito tempo para treinar o time antes. Sua estreia deve acontecer na quarta contra o Botafogo, em Presidente Prudente (SP). Durante a Copa do Mundo, ele terá tempo para implementar seu estilo de jogo.