ELEIÇÕES

Disputando presidência no Santos, Maurício Maruca se define como oposição

Candidato não crê em queda do Peixe, mas afirma ter plano para tal cenário

Igor de Paiva

Publicado em 05/12/2023 às 08:55

Atualizado em 05/12/2023 às 11:54

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Na última sexta-feira (1°), o presidenciável participou de uma entrevista com a reportagem do Diário do Litoral / Divulgação

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Se descrevendo como um fervoroso o adepto da ideia de transformar o time em um clube empresa, Maurício Maruca é um dos cincos candidatos à presidência do Santos Futebol Clube, que acontece no próximo sábado (9). Na última sexta-feira (1°), o presidenciável participou de uma entrevista com a reportagem do Diário do Litoral e respondeu perguntas sobre o futuro do clube, a atual gestão e permanências e saídas

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Diário do Litoral- O fantasma da série B nunca esteve tão presente no clube. Dentro do seu planejamento, houve conversas sobre um possível 2024 na segunda divisão?

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Mauricio Maruca - Eu sempre falo para todo mundo. O Santos não vai cair. Mas de todo jeito, por responsabilidade e até por dever de ofício, o planejamento está sendo para os dois casos. Olha, alguns detalhes eu vou pedir perdão, eu não puder abrir, envolve sigilo e coisas do tipo, mas eu te digo o seguinte, não se diferencia muito o plano de um e de outro. Eu encaro o Santos como um obrigação de vida, então eu estou querendo fazer os dois planejamentos focados na mesma busca de recursos, na mesma melhoria de patrocínio, óbvio que o nível de patrocínio vai mudar em caso de série B, mas você precisa entender que vai mudar uma série de despesas também. É uma questão de adequação. 

DL- A presença das SAFs no campeonato brasileiro é nítida. Fazendo um exercício de imaginação, existe a possibilidade do Santos se tornar uma?

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M.M.- Eu sou um fervoroso adepto do Santos se tornar um clube, não nesse modelo SAF que surgiu até agora, em um clube empresa. No meu entender e dentro de tudo que a gente está planejando têm diferenças muito grande do que foi feito em outros clubes até agora. Eu respeito muito o que aconteceu, tinha clube que estava em situação muito ruim naquele momento e tiveram que aceitar o que apareceu. Não adianta criticar. O Santos não precisa passar por isso.

DL- Tem algum clube que é um exemplo em relação a isso?

M.M.- O pessoal fala muito dos clubes alemães, mas eu penso assim, a gente está estruturando toda  uma ideia inovadora. Ela se baseia na SAF, que é a lei que regula isso. E a SAF tem uma série de condições que você pode utilizar para fazer uma coisa nova e inovadora aqui no Brasil. É isso que estamos montando para o Santos. O clube não vai precisar ser vendido, quero deixar isso bem claro. Não há necessidade de entregar todo o controle para um investidor, porque a nossa ideia é a formação de uma nova empresa onde o Santos entra com a sua parte do capital com o seu futebol, com a marca Santos. E o investidor vai entrar com o valor do que vale a marca. Eu sou santista doente e pra mim é difícil colocar valor em algo que o valor em algo que é acima de qualquer valor. E os dois vão gerar essa empresa em conjunto. O Santos vai ser sócio de uma nova empresa. 

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DL- Falando em valores, existe um cálculo para chegar nesse número mágico? 

M.M.- Eu não gostaria de dar números agora. Eu já pedi a uma empresa especializada em valorização para ela levantar o que vale o Santos no mercado. Eu espero esperar um pouquinho e ter embasamento técnico. Porque se eu for falar o que vale o Santos, não tem dinheiro que pague. Eu sou muito doente por esse clube, entende?

DL- Temos o futuro do Marcos Leonardo incerto. Como sua chapa enxerga o futuro dele?

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M.M.-  Olha, pra mim e para minha chapa, todos entendem que o Marcos Leonardo é um patrimônio do clube e a gente vai tentar com todas armas e com todo o poder de convencimento que talvez a gente consiga ter mantê-lo por pelo menos uma temporada. Para isso, ele não pode ser considerado a salvação financeira do clube. A gente correu atrás de soluções financeiras diferentes com uma inteligência melhor. Não quero depender de empréstimo bancário porque é uma coisa feroz e enforca o clube. Então, a gente já tem opção a isso para justamente poder chegar no menino e falar  o que ele precisa para ficar mais uma temporada. Agora, não sei se vai dar tempo de isso porque já houve tanta encrenca com ele, já houve tanto atrito com diretoria. Mas eu vou tentar, pode ter certeza. 

DL- É um plano B para caso seja impossível a permanência? 
M.M.-
Sim, nós já temos um pessoal trabalhando. Já estamos procurando e a gente vai conseguir melhorar o desempenho do time e montar uma espinha dorsal pro time logo em janeiro. Porque a nossa ideia é que o time tem que ter uma espinha dorsal de jogadores experientes. . Esses jogadores têm que ter responsabilidade de segurar a pressão em cima do time. Com esses jogadores a gente vai poder fazer a transição da base pro profissional com mais calma. Porque eu acho uma injustiça você pegar um garoto de 16 anos e falar ‘olha vou vou levar você pra pro principal agora e vai lá e resolve os problemas que eu criei como gestor’. Você queima a carreira do jogador e queima um ativo do clube sem necessidade porque a visão que tem do futebol do clube é diferente.  Você tem que ter jogadores que que deem estrutura e deem retaguarda para essa garotada que começa a subir. Então a gente, a partir de janeiro, já tem planejado, já tem as condições financeiras pra já buscar de quatro a cinco jogadores para formar essa espinha dorsal do clube.

DL- Ainda sobre o Marcos Leonardo, recentemente surgiu rumores que o Flamengo estaria pensando em fazer uma proposta para levá-lo ao Rio de Janeiro. Existe a possibilidade dele jogar por outro clube em solo nacional?

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M.M.- Olha se depender da minha vontade pessoal nunca vai acontecer isso. Agora, se um time nacional chegar e pagar a multa dele, eu não vou poder fazer nada. Mas eu acredito piamente que o menino e família querem jogar no exterior. Mas se depender da nossa vontade pra a gente chegar e vender pra um brasileiro esquece, não vai acontecer

DL- Um dos maiores sonhos do santista é ter a nova vila de Belmiro. Como sua chapa vê essa situação, afinal, é uma história longa.

M.M.- Você definiu bem, é uma história bem longa. Hoje, o Santos tem um protocolo de intenções assinado com a construtora, mas não é um contrato, nada definitivo. Com isso a gente vai ter a possibilidade de rediscutir uma série de coisas em relação a arena. E eu tenho que deixar uma coisa clara. Por mais que meus adversários fiquem querendo colar em mim aquela coisa ‘ O Maruca é contra a arena em Santos’, mas é mentira, mentira absoluta. Eu sonho com o Santos em uma nova casa, em uma casa que o time merece. A gente tem que sentar com a construtora, nós queremos voltar no mínimo para aquele primeiro projeto que foi apresentado no conselho e o conselho aprovou o quê? Que se iniciassem os estudos de viabilidade em cima daquele projeto, não em cima do projeto pois teoricamente apresentado há 20 dias atrás. Você não pode fazer todo um estudo com uma aprovação do CD e apresentar coisa diferente. Mas a gente quer que a construtora entenda também que o projeto é do Santos, a arena é do Santos e a minha obrigação é defender o Santos. Se chegar naquilo que o Santos quer, chegar naquilo que o Santos merece, ela continua, sem dúvida, não tenho nada contra nenhuma empresa. Mas já deixo claro. O projeto, ele é para o Santos, não é para as necessidades de faturamento da empresa que vai construir. 

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DL- Olhando para essa atual gestão, você pode definir os pontos negativos dela?

M.M.-  Talvez eu seja a única oposição declarada a essa gestão. A minha candidatura surgiu por ser oposição, eu nem pretendia ser candidato, mas por ser oposição me procuraram e falaram ‘Olha, você é a única pessoa que está se mostrando oposição à gestão. Então a gente quer convidá-lo para ser candidato.’ Eu não acho que tenha problemas de honestidade, você em momento algum vai me ouvir falando isso, mas ele comentou um erro muito grande. Ele não poderia assumir a direção do futebol,igual ele assumiu, sem entender de futebol, igual ele mesmo já admitiu. Então toda a parte de futebol foi feita de uma maneira extremamente amadora, foi feita sem profissionais que montassem toda a estrutura de futebol do Santos. O presidente atual resolveu que ele seria o diretor de futebol, o gerente de futebol, quase que ele foi o técnico. E deu no que deu. Se eu quiser montar uma fábrica de sorvete, mas eu só sei fazer tapete, essa fábrica não vai dar certo. Você concorda? Algumas outras coisas de erros que eu considero assim um pouco menos importante podem ter impactado são opções no lado financeiro que eu também acho que foram equivocadas, não podia abandonar o investimento no futebol só pra resolver problema de boleto. 

DL- O senhor tocou no ponto de treinador. Aproveitando, o Marcelo Fernandes fica?

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M.M.- Essa reta final agora, a situação é perigosa, eu tenho medo de falar desse assunto e criar uma insegurança em qualquer pessoa ou jogador. Porque queira ou não, eu sou dos candidatos e sou dos possíveis ganhadores. E eu posso criar uma insegurança dessa pessoa. Mas eu te digo uma coisa, eu não procurei nenhum treinador diferente de jogador, que já estamos procurando. A gente deve isso ao Marcelo e Galo, eles assumiram a encrenca em um momento delicado do Santos. Antes de qualquer decisão, eu quero ter uma conversa de homem pra homem, eu quero sentir o que eles pensam da carreira e principalmente do futuro do Santos. Acho que os dois são muito úteis ao clube. 

DL- Porque o senhor e a sua chapa são as escolhas perfeitas para o futuro do Santos?

M.M.- Eu não vou usar esse termo, mas se você começar a analisar outros candidatos, salvo pouquíssimas exceções, e olhar o passado de alguns deles, você vai ver que não é que eu seja a melhor escolha, mas eles nem deveriam ser candidatos. Tem candidato que tem as contas reprovadas e quer continuar a ser o ‘rei da cocada no Santos’ apesar de todos os erros que já cometeu na história do Santos.  Tem candidato que não tem passado ético e não tem ficha limpa. Você apresentar uma certidão negativa de antecedentes criminais porque você fez um acordo com a justiça para não ser preso. Isso  pra mim não credencia o cara a ser presidente do Santos. Se você pegar toda a história de um certo candidato, você vai ver que a intenção dele com o Santos não é o Santos, é ele mesmo. Tem candidato que está confundindo o Santos com empresa própria. Não estou discutindo honestidade desse candidato estou discutindo assim o estatuto diz que não pode ter algumas coisas que esse candidato tem. Então, todo mundo que não respeita a lei e não respeita o estatuto, acho que não vai respeitar o Santos.  E o último candidato, eu acho que tem uma boa intenção, gosta do clube, mas falta embasamento para ele.

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