Esportes

Bom Senso critica "censura" ao protesto dos jogadores na rodada

Nesta quinta-feira, o movimento emitiu mais uma nota oficial, desta vez para lamentar a "tentativa de censura" na partida entre São Paulo e Flamengo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 14/11/2013 às 18:18

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O Bom Senso FC reagiu de forma dura à ameaça de punição aos atletas que protestassem durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Nesta quinta-feira, o movimento, que reúne os principais jogadores do Brasil e reivindica melhorias nas condições de trabalho, emitiu mais uma nota oficial, desta vez para lamentar a "tentativa de censura" na partida entre São Paulo e Flamengo, ocorrida na noite anterior, em Itu, no interior paulista.

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Foi combinado pelos integrantes do Bom Senso que, antes de todas as partidas da 34ª rodada do Brasileirão, seria feito um minuto de silêncio simbólico, com os jogadores permanecendo de braços cruzados em campo. Mas, no jogo em Itu, o árbitro Alicio Pena Junior, atendendo a uma suposta ordem da CBF, comunicou os dois times que não permitiria o protesto e que daria cartão amarelo a todos os 22 jogadores se eles cruzassem os braços.

Goleiro e capitão do São Paulo, Rogério Ceni liderou, então, os dois times para que, após o apito inicial do árbitro, chutassem a bola de um lado para o outro do campo, por um minuto, enquanto a maioria de jogadores ficava de braços cruzados. Alicio Pena Junior nada fez e apenas correu de um lado para o outro, seguindo a bola, ainda que os atletas não se deslocassem. Assim, o protesto foi feito em Itu, de uma forma um pouco diferente dos demais - nas outras partidas da noite de quarta-feira, houve o minuto de silêncio e os braços cruzados.

"O Bom Senso reprova toda e qualquer tentativa de se evitar que os atletas se expressem de maneira pacífica e sem prejudicar o andamento do espetáculo. Os jogadores não estão descumprindo nenhum item do regulamento da competição. Em todas as partidas houve o pontapé inicial e o início do jogo. Ninguém foi prejudicado", anota o texto divulgado pelo movimento nesta quinta-feira, que usa letras maiúsculas para "nenhum", "todas" e "ninguém".

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Faixa do Bom Senso F.C. exibida pelos jogadores durante jogo Coritiba e Corinthians (Foto: Divulgação)

O Bom Senso também ameaça endurecer as críticas se foram inibidos de se expressar. "Que todos tenham Bom Senso. Caso haja a tentativa de evitar que os jogadores se expressem de forma pacífica, providencias drásticas serão tomadas. Esperamos uma posição oficial, seguida de atitudes benéficas para o futebol brasileiro", completa o texto.

Ao cruzar os braços, os jogadores deram sinal claro de que o gesto, por enquanto literal, pode ir para o campo simbólico, com a ameaça de greve. Essa postura já havia sido avisada na nota emitida na última terça-feira. "Enquanto não obtivermos um retorno oficial, as manifestações aumentarão a cada rodada", avisava o Bom Senso, no comunicado anterior.

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Esta é a segunda manifestação do grupo durante a disputa do Brasileirão. Na 30ª rodada, os atletas se abraçaram antes do apito inicial, intercalando jogadores das equipes adversárias, de forma a mostrar união num momento em que o movimento ganhava força.

Unidos no Bom Senso, que já teria mais de mil participantes, os jogadores cobram da CBF um calendário mais equilibrado, além de fair play financeiro. A entidade já prometeu que em 2015 serão 30 dias de férias e 30 de pré-temporada, mas os atletas querem mais. Defendem número máximo de jogos por mês (sete) e a punição a clubes que atrasam pagamento de salários e impostos.

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