As cores da bandeira do Brasil vão além do que a escola nos ensinou / Imagem de IA
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A bandeira do Brasil é, talvez, o símbolo mais reconhecido do país. Está nos estádios, nas ruas em dias de festa e até em protestos. Mas, por trás do verde, do amarelo, do azul e do branco, existe uma história muito mais complexa do que a que aprendemos nos livros escolares.
Quando a República foi proclamada, em 1889, os criadores da nova bandeira decidiram manter as cores que já faziam parte do período imperial. Naquela época, o verde e o amarelo não eram associados à natureza ou ao ouro, como ouvimos desde cedo. Eles estavam ligados a duas famílias reais: a Casa de Bragança, de Dom Pedro I, e a Casa de Habsburgo, de Dona Leopoldina. A escolha foi política, não natural.
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Com a chegada da República, era preciso dar novos sentidos à bandeira para que ela representasse um país que queria se reinventar. Foi aí que surgiu a versão popularizada: o verde virou sinônimo de florestas, o amarelo passou a representar as riquezas minerais, o azul lembrou o céu estrelado e o branco ganhou o peso de simbolizar a paz. Essa adaptação caiu no gosto popular e ajudou a transformar a bandeira em um emblema de identidade nacional.
O azul da bandeira vai além do céu: ele representa o espaço celeste na noite de 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República. Cada estrela no círculo azul corresponde a um estado brasileiro e à posição real das constelações naquela noite histórica. Já a faixa branca com o lema “Ordem e Progresso” não foi um detalhe estético. Ela surgiu como reflexo direto do positivismo, filosofia que influenciava fortemente os militares e políticos republicanos.
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Ao longo dos anos, o significado das cores continuou sendo reinterpretado de acordo com o momento histórico. Em períodos de crise, o verde e o amarelo foram exaltados como esperança e prosperidade. Em tempos de celebração, o azul e o branco ganharam força como símbolos de união. Cada geração encontrou uma maneira de olhar para o mesmo estandarte e enxergar nele aquilo que precisava reafirmar.
Hoje, a bandeira continua carregando consigo essa mistura de história, política e mito. O que parecia uma simples combinação de cores, na verdade, é um retrato em camadas da formação do Brasil.
Ao entender que os significados foram reinventados com o tempo, o olhar sobre o símbolo nacional também muda. A bandeira deixa de ser apenas um objeto estático e passa a contar, silenciosamente, a história de um país em constante transformação.
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*Com informações de Politize, Significados e Toda Matéria