Pesquisadores observaram milhares bagres-abelha subindo rochas e enfrentando correntezas fortes no MS / Divulgação
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Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) observaram um comportamento surpreendente em milhares de bagres-abelha.
Esses pequenos peixes foram flagrados subindo paredes, escalando cachoeiras e ultrapassando rochas no rio Aquidauana (MS).
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O estudo que analisou esse fenômeno foi publicado em agosto de 2025 no Journal of Fish Biology.
De acordo com os cientistas, os bagres-abelha (Rhyaclinus paranensis) usam as nadadeiras abertas e a cauda para empurrar o corpo, combinando com movimentos laterais para escalar superfícies.
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Assim, o peixe cria uma pequena cavidade entre o corpo e a rocha, posicionando as barbatanas emparelhadas. A pressão negativa nessa cavidade funciona como uma “ventosa”, ajudando o peixe a se fixar e subir.
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Outros peixes que vivem em águas com fluxo rápido, como rios e cachoeiras, também escalam, mas esse é o primeiro estudo que registra peixes da família Pseudopimelodidae escalando juntos em grande número.
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Segundo a publicação, “essas descobertas destacam a importância das observações de campo para a compreensão do papel ecológico e das necessidades de conservação de pequenos peixes migratórios.”
No total, 439 bagres-abelha foram capturados para análise, com autorização do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do SisBio (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade).
Entre os peixes analisados, 14 tiveram o sexo identificado: quatro eram fêmeas adultas, cinco machos adultos e cinco jovens de ambos os sexos.
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Todos apresentavam o estômago vazio, indicando que não se alimentaram durante a escalada.
Embora os hábitos de reprodução do bagre-abelha ainda sejam desconhecidos, os pesquisadores acreditam que a migração em massa, no início das chuvas, esteja relacionada à desova – o momento em que os peixes liberam os ovos e os machos os fertilizam para gerar novos filhotes.
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Em novembro de 2024, no início da estação chuvosa, a Polícia Militar Ambiental do MS registrou milhares de bagres-abelha subindo paredes de até quatro metros em dois trechos do rio Aquidauana, na bacia do rio Paraguai.
As maiores concentrações estavam na Cachoeira do Sossego e na Cachoeira Diamantes.
Depois do flagra, a polícia acionou os pesquisadores da UFMS que passaram a investigar o comportamento para publicar o artigo.
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Os bagres foram vistos em poças próximas às margens e subindo encostas íngremes, muitas vezes enfrentando correntezas fortes.
Durante o dia, os peixes permaneciam escondidos sob rochas e na sombra, saindo para escalar ao entardecer. “Alguns espécimes escalaram o teto de fendas nas rochas presos de cabeça para baixo”, relatam os pesquisadores.
Por Vitoria Estrela
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